A Praça Ipiranga, no centro de Cuiabá, está tomada por trabalhadores que aderiram à greve geral, hoje, em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB). A expectativa de sindicalistas e entidades classistas é que pelo menos dez mil pessoas participem da mobilização.
No local, servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada estão concentrados para o ato. Eles utilizam bandeiras de sindicatos, faixas e cartazes com frases que explicam os motivos da mobilização.
Dentre a multidão, estão também funcionários da CAB Cuiabá, empresa que detém a concessão dos serviços de água e esgoto da capital. Por volta das 16h30, os participantes do ato saíram em passeata pela avenida da Prainha em direção à avenida Getúlio Vargas. Policiais militares e agentes municipais de trânsito acompanham os participantes para garantir a segurança de todos, tanto dos trabalhadores que participam do ato quanto dos condutores que trafegam pela região central de Cuiabá.
Os deputados federais de Mato Grosso que votaram a favor do projeto de reforma trabalhista também são alvos, citados em cartazes como "traidores do povo". Os cartazes com fotos dos parlamentares, apontados como "golpistas" foram confeccionados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT). Os parlamentares alvos da manifestação são Nilson Leitão (PSDB), Victório Gali (PSC), Fábio Garcia (PSB), Ezequiel Fonseca (PP), Valtenir Pereira e Carlos Bezerra, ambos do PMDB.
O presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, explica que são mais de 400 trabalhadores da Educação que se deslocaram para a Capital em 30 ônibus de diversas cidades. “O importante é o objetivo desse ato público que é dizer não à reforma da previdência, não a terceirização, precarização do trabalho, ao desmonte do Estado e mandar recado aos parlamentares de Mato Grosso que essas mudanças são eles que estão promovendo. Eles não estão representando os interesses do trabalhadores. Queremos que a partir desse ato público haja uma inversão no trato daquilo que são os direitos dos trabalhadores”.
Lopes comemora a adesão de vários sindicatos e categorias em prol de um mesmo objetivo uma vez que a reforma da previdência e a terceirização atinge a todos os trabalhadores, seja da iniciativa privada ou do serviço público. “ À medida que o tempo vem passando as categorias entendendo que não há outra saída pra derrotar esse golpe sobre nossos direitos que não seja nossa mobilização e a participação. É muita maldade em pouco espaço de tempo pra cima dos trabalhadores”.