Os trabalhadores dos Correios em Mato Grosso voltam ao trabalho, amanhã, após 22 dias de paralisação por melhores condições de trabalho. A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria, realizada esta manhã, na Praça da República, em Cuiabá. A informação é da assessoria.
Apesar do retorno às atividades, será mantido o estado de greve e os trabalhadores podem voltar a cruzar os braços caso a empresa tente novamente mudar o plano de saúde ou descumpra as condições do acordo regional feito com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais de Mato Grosso (Sintect-MT).
Em julgamento realizado pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ontem, a greve foi considerada não abusiva e os trabalhadores terão 180 dias para compensar os dias úteis parados. O relator do dissídio, ministro Fernando Eizo Ono, considerou que a compensação se dará em no máximo duas horas por dia.
Com relação às cláusulas econômicas, ficou definido o reajuste salarial de 8% e de 6,27% nos benefícios, retroativos a 1º de agosto de 2013, além de vale cultura no valor de R$ 50. Além disso, foi concedido o direito a ausência remunerada de seis dias para acompanhar dependentes ao médico.
Em um dos pontos de maior expectativa da categoria, que dizia respeito ao plano de saúde, a vitória foi dos trabalhadores. Os ministros proibiram a empresa de realizar alterações na gestão do Correios Saúde, sendo a ECT a única gestora do plano.
O presidente do Sintect-MT, Edmar Leite, explica que a categoria retorna ao trabalho, mas se mantém mobilizada para evitar que haja um novo ataque ao plano de saúde, bem como perseguições aos trabalhadores. “Por enquanto, conseguimos garantir nossos direitos e continuaremos mobilizados para avançar rumo a novas conquistas”, destaca.
Leite ressalta ainda que, regionalmente, foi feito um acordo com a direção da empresa e que o Sintect-MT vai acompanhar o retorno dos colegas ao trabalho para garantir que os itens sejam cumpridos. “Os atendentes que tinham sido perseguidos e transferidos pela direção regional vão voltar aos postos de trabalho de origem e não vamos mais permitir ameaças e perseguições a trabalhadores”.