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Técnica de papiloscopia permite identificar corpos em avançado estágio de decomposição em MT

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Considerada o ponto de partida para a investigação criminal, a identificação necropapiloscópica é o método mais usual e célere utilizado pela Gerência de Plantão Integrado da Diretoria Metropolitana de Identificação Técnica. O processo é acionado na busca de identificação dos corpos que dão entrada no Instituto Médico Legal (IML), sejam eles de identidade provável, suposta, ou não identificados.

De acordo com a gerência, somente este ano, 779 identificações necropapiloscópicas foram realizadas na capital e região metropolitana. O serviço corresponde a mais de 90% da demanda por identificação cadavérica no Instituto Médico Legal da Politec.

O trabalho é feito pelos papiloscopistas que buscam nos métodos científicos disponíveis devolver a identidade aos cadáveres não identificados, conforme o estado de conservação das papilas dérmicas presentes na superfície dos dedos das mãos e dos pés das vítimas. Quando a condição não é favorável, a identificação é feita por odontologistas através da arcada dentária, e em última instância, por meio de DNA.

Dentre os métodos utilizados no processo de identificação necropapiloscópica, e indicados no Procedimento Operacional Padrão da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) estão o método tradicional (atintamento), micro-adesão (revelação e decalcagem com pó), luva-cadavérica (em caso de afogados e cadáveres em avançado estágio de putrefação) e fotografia direta.

Nos casos em que as digitais não estão visíveis devido ao avançado estado de decomposição dos corpos é feita a dissecação dos dedos e reidratação da epiderme em solução de hidróxido de sódio e potássio e álcool. “Esta técnica garante 96% de regeneração das papilas dérmicas, permitindo a coleta e impressão das digitais em tinta”, explicou o papiloscopista Wilton Souza de Arruda. Segundo Wilton, a técnica é aplicada aos corpos parcialmente carbonizados, esqueletizados, e àqueles que não entraram em estado de decomposição (saponificados e mumificados).

A mumificação é um fenômeno cadavérico cujo corpo ficou exposto em condições que garantiram a desidratação rápida, de modo a impedir a ação microbiana, responsável pela putrefação.

Foi o caso do corpo de uma mulher localizado em estado de mumificação, atrás de uma residência em Poconé no início deste mês. Em três dias, os papiloscopistas conseguiram identificar a vítima C.M.S, através da técnica de reidratação da epiderme. Conforme Wilton Arruda o corpo estava desaparecido há 10 dias.

“Após a coleta das digitais regeneradas foi localizado o prontuário civil da vítima, que foi confrontado, e o resultado deu positivo”, afirmou. De janeiro a setembro deste ano cerca de 30 corpos foram identificados através deste método.

As impressões coletadas são arquivadas para identificação futura de pessoas desaparecidas. O material genético das vítimas também pode ser extraído, processado e inserido no Banco de Perfis Genéticos da Politec.

Para a papiloscopista Simone Mariana Delgado, o trabalho dos necropapiloscopistas é árduo, porém gratificante. “Lidamos corriqueiramente com os maiores medos da humanidade, a morte e a violência. Porém, é um trabalho gratificante, pois vai além do auxílio à persecução penal, é um instrumento que serve como garantia de dignidade humana, princípio basilar da nossa República”.

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