De acordo com os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso desmatou, entre agosto de 2015 e julho de 2016, 1.508km² da floresta amazônica. Após ter registrado, em 2010 e 2012, taxas inferiores a 1.000 km², Mato Grosso está hoje firmando um patamar de desmatamento acima de 1.500 km².
As informações constam na Análise do Desmatamento em Mato Grosso (Prodes/2016), divulgada esta semana pelo Instituto Centro de Vida (ICV). A análise aponta que, apesar da redução de 6% com relação ao ano anterior, o desmatamento continua com tendência de aumento.
Outro dado que chama a atenção é que 95% do desmatamento (1.442km²) registrado em Mato Grosso no último ano é ilegal, ou seja, apenas 68,8 km² (4,6%) de todo o desmatamento identificado pelo Prodes entre agosto de 2015 a julho de 2016 foram realizados em áreas com autorização de desmate válidas. Dos 1.508 km² de desmatamento identificado no último ano, a análise apontou que 48% foi realizado dentro de imóveis com Cadastro Ambiental Rural (CAR). Destes, 50% está em propriedades acima de 1.500 hectares.
A análise também levantou os dados de fiscalização na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e constatou que, apesar do aumento da fiscalização ter ocorrido nos dois órgãos em 2016, as ações de comando e controle ainda são insuficientes para responsabilizar e deter a ocorrência de novos desmates ilegais. “As taxas observadas ameaçam hoje a redução de 31% atingida nos últimos dez anos. Sem aumento de esforços para o controle e redução do desmatamento, financiamentos de desmatamento evitado e recursos para transformação agrícola no estado estão em risco”, diz trecho do documento.
As informações são da assessoria.