Menos crianças estão morrendo no Brasil e em Mato Grosso. Entre 2000 e 2009 a taxa de mortalidade infantil entre crianças com menos de 1 ano reduziu 30%, segundo o 3º Relatório Um Brasil para as Crianças e Adolescentes, da Fundação Abrinq -Save the Children. Em Mato Grosso, os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que entre os anos de 2000 e 2008 a redução da mortalidade infantil foi de 27%.
No cenário nacional, o coeficiente passou de 21,2 óbitos por mil nascidos vivos em 2000 para 14,8 óbitos até 2008. Já no Estado, números mais recentes mostram que em 2007, de um universo de mil bebês nascidos vivos, 16,4 morreram, mas em 2010 esse índice caiu para 14,4. Ainda assim, as estatísticas estão distantes do que é considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 9 óbitos para cada mil nascidos vivos.
Na Capital a redução também aconteceu, mas em um ritmo menor. Nos últimos 3 anos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou uma queda de 14%. O coeficiente passou de 16,8 óbitos para cada mil nascidos vivos em 2008 para 12,9 em 2010 (dado preliminar). Ainda assim, a equipe da Vigilância de Nascimentos e Óbitos considera o percentual satisfatório.
Para a Abrinq, embora as taxas de mortalidade infantil denotem redução positiva, os números estão longe do alcance das metas do documento "Um Mundo para as Crianças", assinado pelo Brasil, em 2002, na Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). "Seria necessário que a redução tivesse alcançado o percentual de 66% para o cumprimento das diretrizes do documento", defende Denise Cesario, gerente de Programas e Projetos da Fundação Abrinq.
Entre as razões para essa melhoria, as secretarias Estadual e Municipal de Saúde destacam o aumento na cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), as ações de estímulo ao aleitamento materno exclusivo e, principalmente, a ampliação e inserção de novas vacinas no calendário vacinal, como a de prevenção à Meningite Meningocócica tipo C e às influenzas (gripes).
Para atingir a meta considerada ideal pela a OMS, a assessoria de imprensa da SES informou que o Estado está pactuando novas ações e reforçando outras antigas, como a ampliação da cobertura do Programa Saúde da Família e o estímulo ao aleitamento materno. Nesse hall de medidas também está incluso as parcerias com igrejas e pastorais e ampliação tanto da cobertura vacinal quanto de PSFs.
Neo-Natal – A preocupação maior do município é com a morte de bebês nos 28 primeiros dias de vida, que representa 65% de todos os casos de óbitos em crianças de até 1 ano. A principal causa são as afecções perinatais, complicações relacionadas à doenças da mãe, traumas do parto, transtornos relacionados à duração da gravidez ou respiratórios.
Para Ministério da Saúde, de acordo com o Data SUS, as altas taxas de mortalidade por afecções perinatais refletem baixos níveis de saúde e insatisfatórias condições assistenciais à mãe e ao recém-nascido.
Para mudar essa realidade, a gerente da vigilância de nascimentos e óbitos da SMS, Nelma França, afirma que a secretaria trabalha para reforçar constantemente a atenção à mulher, desde o pré-natal até o acompanhamento da crianças dentro do Programa Saúde da Família. Trata-se de uma luta constante para convencer as mães que o ideal é prevenção.
A ações incluem a captação precoce da gestante, a criação de um vínculo entre profissionais da atenção básica e a mãe, orientação sobre vacinas e aleitamento materno, além da análise de todos os casos de óbitos para rever e melhorar o que vem sendo realizado.