A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), de Sorriso, colherá, neste mês, as cinco variedades de trigo plantadas na área experimental de aproximadamente dois hectares, em uma fazenda próxima ao município. O trabalho tem como intuito difundir a cadeia produtiva da triticultura, cutivada sob forma irrigada.
Testes com diferentes variedades vêm sendo desenvolvidos na cidade, e, conforme explica o engenheiro agrônomo responsável pela unidade, Eder Maas, os resultados têm alcançado as expectativas. A Brilhante, BR18, BRS254, BRS264 e a IAC350 foram semeadas ao longo de duas linhas com dez metros de comprimento. O coordenador explica que os serviços devem iniciar em meados da segunda quinzena. “No ano passado a BRS264 mostrou resultado superior quanto ao seu rendimento, chegando a 80 sacas por hectare. Cada variedade procura dar em torno de 60 a 70 sacas”, declarou, ao Só Notícias/Agronotícias.
O plantio iniciou em junho, com ciclo produtivo ultrapassando os 60 dias. A Empaer ampliou os testes realizados com a cultura em Sorriso. Ano passado, havia destinado apenas um hectare, e nele, inserido três variedades. De acordo com o agrônomo, o trigo pode ser considerado uma alternativa para a cadeia produtiva de Mato Grosso, mesmo sob condições climáticas diferenciadas.
“O trigo quebra ciclos de doença, pragas, pois nem sempre as mesmas que atingem feijão e soja (leguminosa), atacam a gramínea”, ponderou. No Estado, debates sobre a produção de trigo visando atrair um número maior de agricultores e apresentar os diferentes aspectos desta cultura vêm ocorrido em diferentes municípios, mediados por membros da Câmara Técnica, vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder).
Mato Grosso é um dos maiores produtores de grãos, entretanto, pouco tem destinado a triticultura.
Moinho
Em Mato Grosso, o único moinho existente está localizado no distrito industrial de Cuiabá. A câmara tem discutido com produtores a reativação, visando estimular a produção do trigo, que, agregaria valor na produção local.
Só Notícias/Agronotícias apurou que um estudo de viablidade foi elaborado e demonstra que se operando, o moinho terá capacidade para produzir cerca de três mil toneladas ao mês. Para reativá-lo, seria necessário investimento na ordem de R$500 mil, em equipamentos e instalação de entrega. O valor de venda está orçado em R$3 milhões.
(Atualizada às 10h25)