Parte dos hidrômetros novos instalados para medir consumo de água e cobrar a tarifa foi reprovada na inspeção feita pelo INMETRO por imprecisão nas medições. A informação é da assessoria da câmara municipal que formou uma comissão e acompanha os casos de reclamações de moradores sobre aumento nas tarifas, nos últimos meses. Dos cinco medidores analisados aleatoriamente, dois foram reprovados. Os aparelhos inspecionados foram retirados dos imóveis, aleatoriamente, e encaminhados para perícia técnica.
Ontem, em reunião no Procon (Ganha Tempo) com a presidente da câmara, Marilda Savi (PSD), o vereador Claudio Oliveira (PR), membro da Comissão que acompanha as ações da Águas de Sorriso, o coordenador do Procon, Hélio Blocker e diretores da concessionária, foram apresentados os laudos técnicos das aferições. A empresa justifica que o aumento no valor das faturas não é oriundo da troca dos hidrômetros e alega que um vazamento interno ou o esquecimento de uma torneira aberta pode aumentar o valor da tarifa.
O diretor executivo da Águas de Sorriso, José Ailton Rodrigues, alertou que quando o usuário perceber que teve um consumo além do normal, deve procurar a concessionária para que seja feita uma vistoria para identificar o problema.
Ainda assim, os parlamentares questionaram os altos valores cobrados e a necessidade de revisão das taxas. O vereador Claudio cobrou da empresa um maior respaldo com a população. “Não é admissível consumidor que pagava em torno de R$ 20, passar a pagar R$ 150 ou até R$ 250. Sabemos que é necessário analisar caso a caso, pois existem problemas de vazamento e algumas vezes má-fé dos consumidores. Porém, há também problemas que devem ser sanados pela empresa, pois esses aumentos excessivos não refletem a realidade de consumo”, disse. Claudio cobrou da empresa que seja feito um estudo e revisão do valor que está sendo cobrado.
A concessionária se comprometeu a analisar caso a caso e buscar uma solução para o problema.
“Pudemos verificar as aferições realizadas pelo Inmetro e ficamos felizes com o respeito que a empresa teve com os usuários. Porém, nossa preocupação é com os valores das taxas, por isso vamos buscando agilizar essa questão da tarifa social, que certamente irá reduzir os custos”, disse a presidente Marilda.
A moradora do bairro Novos Campos, Luzileide Soares dos Santos, tem quitinetes no Industrial, e apontou que a conta de água aumentou depois da troca dos hidrômetros. “Eu pagava R$ 20, depois veio R$ 70, no mês seguinte R$ 325 e a última fatura R$ 611. Disseram que era vazamento, foram averiguar e constataram que não havia nada, porém ainda não resolveram minha situação. Devo mais de R$ 1 mil e não tenho condições de arcar com este valor. Estou com medo que eles cortem minha água”, reclamou.
Nos últimos meses teriam sido trocados cerca de 9 mil hidrômetros. Segundo a empresa, as trocas se devem ao desgaste natural dos medidores pelo tempo, que não refletem o real consumo de água.