Os médicos do Hospital Regional elaboraram uma carta endereçada ao governador Pedro Taques (PDT) e ao secretário de Estado de Saúde, Marcos Bertúlio, reclamando da atual em que se encontram. Eles apontam que estão há pelo menos três meses sem receber os salários e só estão trabalhando em respeito à comunidade e à ética da profissão. No entanto, pediram que a situação seja regularizada. Caso contrário, eles ameaçam abandonar a unidade.
Os profissionais afirmaram que eram prestadores de serviços da empresa Proclin, que era contratada pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), a OSS que administra o hospital. “Há mais de um ano, os repasses a todas as empresas médicas do hospital vêm com atrasos, com a OSS justificando antes que o governo do Estado atrasava os pagamentos. Nos últimos meses que vêm fazendo com descontos”.
Em outro trecho da carta apontam que “temos tolerado estes atrasos durante todo esse tempo, acreditando na idoneidade da OSS e na regularização desta situação, principalmente com a mudança de governador. Porém, ao invés de resolver, o caso tem se agravado, com os pagamentos ficando cada vez mais atrasados, principalmente depois de março, quando nós, médicos das áreas clínicas do hospital, vinculados a Proclin, fomos preteridos, em detrimento dos médicos das demais especialidades, no recebimento dos proventos relacionados ao mês de fevereiro. Recebemos este pagamento apenas em 17 de abril”.
Eles explicam ainda que a empresa contratada pela OSS redigiu uma carta, no qual eles foram solidários, solicitando a regularização dos pagamentos sob pena de reduzir os atendimentos. “Ao receber o documento, a direção do INDSH se valeu de determinadas cláusulas contratuais para romper o vínculo com a Proclin, destituindo-a de continuar gerindo nossos serviços. Esses diretores se reuniram conosco dias depois para anunciar esse rompimento e para nos propor um regime de contratação direta, sem intermediários. E até que criássemos uma empresa nossa, receberíamos o próximo pagamento com o intermédio de outra empresa, a ser indicada pelo INDSH”.
De acordo com a carta, embora programado para cair em maio, deveria corresponder ao trabalho de março. “Ocorre que hoje já se passagem três dias que os demais médicos já receberam e que supostamente nosso pagamento foi depositado na empresa de terceiros e até agora nada nos foi repassado. Estamos trabalhando sem nenhum amparo legal, sem contrato, sem garantias e sem saber se de fato receberemos esse pagamento”.
A carta aponta ainda que os profissionais estão com sérias dificuldades financeiras e recorrendo a empréstimos bancários. “Para que não cheguemos ao ponto de precisar abandonar o hospital e assim a população poder correr o risco de ficar sem atendimento médico, solicitamos a promotoria intervenção emergencial”.
Outro lado – até o momento ninguém se pronunciou sobre o assunto.