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Sorriso: filha de mulher que teve coração arrancado teme por assassino ter alta; “a gente não dorme direito”

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Só Notícias/Kelvin Ramirez e Lucas Torres, de Sorriso (fotos: Só Notícias/Lucas Torres)

Patrícia Cosmo, filha de Maria Zélia da Silva Cosmo, morta a facadas dentro da própria casa pelo sobrinho Lumar Costa da Silva, em julho de 2019, em Sorriso, revelou que sua família passou a viver um momento de angústia e medo quando soube que seu primo estaria apto a deixar o Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde Adauto Botelho, em Cuiabá. “Nesses quase cinco anos da morte da minha mãe, na verdade, a gente nunca teve paz. Eu vivo uma vida normal e sempre mantenho forte pelos meus filhos, porque agora eu sou o sustento da minha casa e por eles terem passado por isso, pois eles viram tudo, coisas que não teriam visto. Eu me reergui, vivo minha vida tranquilamente, mas cada vez que sai uma notícia que ele pode sair, aí começa tudo de novo. A gente não dorme direito, vamos trabalhar com medo e meus filhos vão para escola com medo. A gente redobra a segurança, questão de não sair, tem lugares que a gente nem vai, se eu vejo alguém parecido com ele, eu já penso que é ele. Com essa agora, quem é que dorme?”, desabafou.

Patrícia explica que teme a segurança sua e da sua família. “Com toda certeza, ainda mais sabendo que ele quer vir pedir perdão para mim, ele quer procurar minha família, não quer pedir perdão para minha família, ele quer pedir pessoalmente. Isso é uma tática dele para vir atrás da gente, eu estou querendo proteger meus filhos. Ele já acabou com minha vida, metade da minha vida”, acrescentou.

Ela também conta que o principal receio é com uma das suas filhas. “Um dia antes dele cometer o crime contra minha mãe, ele confessou isso para minha filha mais velha, que ele tinha um encanto pela Isabel (outra filha), que ele ia esperar ela crescer, que ele admirava muito, pois ela seria uma grande mulher e que daria muito orgulho para família. Ele dizia que tinha vontade até de beijar minha filha. Foi tudo muito rápido, quando ficamos sabendo isso um dia antes do crime, eu e minha filha mais velha já íamos contar isso para minha mãe para tentar se afastar dele, mas foi tudo muito rápido”, contou Patrícia.

Patrícia também revelou que na época dos fatos chegou a ser ameaçada. “É o maior medo, porque quando ele foi preso eu fiquei frente a frente com ele, e eu falei que ele ia pagar o que fez com minha mãe, ele ameaçou a gente. Depois do crime ele ainda ameaçou, falou que vou arrancar o coração de todos você. Eu sei o que ouvi dele, sei o que ele pensa, eu convivi e vi o ódio no olho. Ele não é louco não, sabe o que está fazendo”, apontou.

Por fim, a filha de Maria Zélia, pediu justiça e que ele não seja solto. “Olha atrocidade que ele fez com minha mãe, olha as ameaças que ainda fez para mim e minhas filhas, não tem lógica. É um absurdo esse homem sair para rua, não tem lógica, eu vou viver a prisioneira, eu vou viver escondendo o resto das nossas vidas? O que ele está planejando de novo? Não tem lógica, ele tem que ficar trancado o resto da vida dele”, concluiu.

O advogado da família, Mathis Haley, explicou o relatório feito pela equipe multiprofissional do Adauto Botelho, onde Lumar está internado que, aponta que ele está apto a retornar ao convívio social. “O laudo assinado pela equipe multidisciplinar, que atesta que em tese a aptidão do mesmo para retornar ao convívio social, permanecendo em tratamento ambulatorial, ou seja, não precisa mais, segundo esses profissionais, de cuidados 24 horas. Ele não precisa estar internado em tese”, explicou.

Haley afirma que na decisão da unidade psiquiátrica não há assinatura de um médico da área de psiquiatria. “O que chama a atenção da família que este referido laudo, assinado pela equipe, não vem assinado por um médico psiquiátrico que, ao nosso ver, profissional competente para atestar de forma definitiva que o Lumar estaria apto a retornar ao convívio social. Diante desse quadro que consideramos anormal, ao nosso ver deve o Ministério Público Estadual se opor de forma frontal e visceral quanto a alta hospitalar lastreada tão somente nesse documento, devendo ser reclamado como medida imprescindível o parecer de um médico psiquiátrico”, disse o advogado.

Lumar morava em São Paulo e foi para Sorriso após um desentendimento com a mãe, tendo sido acolhido pela tia Maria Zélia. Conforme a denúncia, ao descobrir que Lumar era usuário de drogas, a mulher pediu para o sobrinho sair da casa. Lumar foi morar em uma quitinete, mas voltou e cometeu o crime. Além do homicídio, ele furtou R$ 800 da tia, levou o coração de Zélia para a prima, filha da vítima, roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, uma menina de 7 anos, na época.

Na fuga, bateu em uma subestação de energia. O objetivo do atentado contra a concessionária seria “apagar as luzes da cidade” para matar o maior número de pessoas. No entanto, ele foi preso logo depois e transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, em Sinop, onde ficou em cela separada. Em depoimento, na época, ele negou qualquer arrependimento quanto ao crime e disse que a tia merecia morrer.

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