A discussão sobre a construção da nova estação de tratamento de esgoto ainda está longe de terminar. O local escolhido para a execução da obra, situada nas proximidades da pista de motocross, na zona rural do município, não tem agradado grande parte da população e o principal problema apontado é por conta do mal cheiro que pode atrapalhar a vida dos moradores que pensam em investir na região. Uma audiência pública foi realizada, hoje, para debater o tema. O investimento é orçado em R$ 20 milhões.
A argumentação da Águas de Sorriso é que o custo benefício seria o melhor ao construir a ETE no local escolhido. Além disso, a área é a que mais se encaixa no que se trata de termos técnicos para a construção da nova estação. “O projeto foi pensado para mitigar o odor. Na estação de tratamento, ele existe. Qualquer tipo de tratamento vai ter o odor, até porque o esgoto bruto, quando ele está indo pela tubulação, até chegar na estação, ele tem odor característico de esgoto, mas o material que usaremos para fazer a estação é um material muito nobre. Ele vai reduzir a possibilidade de existir alguma ruptura que possa ter a exalação de odor”, explica o diretor executivo da concessionária, José Ailton.
Por outro lado, o presidente de bairro, Ângelo Destri, diz que foi verificar como é o funcionamento deste mesmo sistema de tratamento de esgoto na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, e afirma que lá a reclamação da população quanto ao mau cheiro é constante. "A gente esteve em uma comissão, que está fiscalizando toda esta situação aqui. Lá em Porto Alegre a construção física é muito boa, mas o cheiro existe. Eu pessoalmente estive em várias residências, conversei com os vizinhos e eles disseram que têm dias que está tranquilo, mas em outros dias é insuportável o cheiro, nem com a porta fechada dá para ficar dentro de casa. Com isso conversamos com os técnicos que estavam lá e eles disseram que o problema é a operacionalidade da estação, não é operada da forma que tem que ser. Agora, vamos correr esse risco aqui?".
Por isso, na opinião do presidente da câmara, Fábio Gavasso, a solução mais aceitável é escolher um local aonde não irá atrapalhar a vida de ninguém. “Se para a empresa já estava certo a área, para nós que estamos aqui com o projeto público que veio da prefeitura, não. Não é em um primeiro momento que vamos achar a área, temos que ir atrás. Pode custar mais caro para o município? Não sabemos. O que sabemos que onde quer que seja instalada esta ETE, vai ter odor. Vamos atrás do melhor custo benefício e do melhor local. Quando todos consentirem, aí vamos fazer”.
Na reunião de hoje, a concessionária apresentou o projeto para construção de uma estação usando as melhores tecnologias disponíveis no mercado, com eficiência no tratamento, em conformidade com os padrões exigidos pela legislação ambiental. Com a construção da nova ETE, a estação em funcionamento no bairro Benjamim Raiser será desativada.
No projeto apresentado, discutido previamente em parceria com os órgãos de meio ambiente e expansão do município, a Águas de Sorriso visa manter a nova estação distante da região urbana. A plataforma será construída em um local onde exista uma área de preservação ambiental no entorno que restrinja a ocupação das proximidades e sirva como barreira para eventuais odores que possam surgir no processo de tratamento. Após estudos de diversas áreas, o local que se mostrou mais propício para construção foi uma região de 50 hectares, longe da área urbana e situada próxima a pista de motocross do município.