O advogado Carlos Koch, que defende os soldados Webert Batista Ribeiro e Ezio Sousa Dias, ambos de 30 anos, acusados de balear uma mulher no rosto e pescoço disse hoje que Webert relatou, em depoimento na justiça, que o colega teria dito a ele que atirou, porém não chegou a dizer se teria acertado alguém. Webert alega que não atirou e Ezio ficou calado no depoimento.
O advogado acrescenta que, “segundo o testemunho (do soldado), realmente houve uma confusão no bar, pois encontrou uma terceira pessoa, que era conhecido traficante de drogas em Sorriso, que já havia sido preso pela polícia, salvo engano pelo próprio. Então, houve um atrito dentro da lanchonete, saíram, estavam indo embora sendo que no trajeto acabaram acontecendo os fatos. Mas volto a reafirmar que o soldado (Webert) não efetuou nenhum disparo contra a vítima nem sabia que o colega da Polícia Militar estaria armado”.
Ainda de acordo com o advogado, “após eles saírem do estabelecimento, quando se dirigiam para o carro, passaram pelo ponto de ônibus onde estavam sentados a vítima e um terceiro (namorado dela). Segundo o soldado, neste momento, alguém ou a vítima ou esse terceiro proferiu algumas palavras contra a honra do mesmo. Ele não se recorda qual seria o teor desse xingamento, destas palavras proferidas o que levou a revidar esta injusta provocação por parte da vítima. Mas volta a frisar que o soldado não sabia que seu colega estava armado. Simplesmente se recorda que ouviu estampido de disparo de arma de fogo. No carro, um soldado indagou o outro se havia disparado. Ele disse que havia disparado mas não confirmou se havia acertado alguém”, contou.
Em relação ao fato do policial Ezio Sousa Dias ficar em silêncio na oitiva, o advogado disse que “o mesmo se resume e se resguardou ao direito constitucional do silêncio”, “que é sagrado e positivado na nossa constituição. Em relação a ele, a defesa se manifestará sobre o mérito da acusação no transcorrer do eventual processo criminal. Em relação a confusão no bar, realmente esses policiais estavam no bar, não estavam em serviço, não estavam representando a Polícia Militar, tanto é que um dos soldados estava afastado e salvo engano o outro estava de férias. De maneira nenhum estavam a serviço”.
Os dois são investigados por tentativa de homicídio, no último dia 17. Conforme Só Notícias já informou, o crime foi no último dia 17, a mulher foi submetida a cirurgia de reconstrução do maxilar que começou às 13h e só terminou à noite.
Segundo o advogado dela, Danilo Militão de Freitas, seu estado de saúde “é estável, passou por um procedimento cirúrgico de reconstrução da mandíbula. Ocorreu tudo bem com a cirurgia, entretanto, os médicos mantiveram a posição de não ser possível fazer a retirada do projétil que se encontra alojado ainda, em virtude do risco de saúde e poder até levar a morte. Foram implantadas placas em virtude de não ter estrutura para sustentar os ossos e a musculatura. A face foi desintegrada, praticamente os ossos, ela está se recuperando bem, eventualmente não consegue falar. Por esses dias, não vai poder ficar movimentando muito a face. Ela sofreu uma série de lesões irreparáveis para o resto da vida. Além da questão física, tem toda uma questão psicológica, a mulher presa pela beleza e tudo”.