A sobrevivente da queda do Portão do Inferno, Ariane Nogueira Rabelo, 23, se recupera em casa e voltará às atividades normal em breve. Ela passou 41 dias internada depois que o caminhão em que viajava com o marido e a filha recém-nascida caiu no precipício de Chapada dos Guimarães. Ariane é a única pessoa a ter sobrevivido a um acidente no local.
Depois de ser encaminhada, inicialmente, para o Pronto-Socorro de da Capital, a vítima foi transferida para o Hospital Geral Universitário, onde passou por 2 procedimentos. O primeiro foi para reconstrução das vértebras da coluna que foram fraturadas com o impacto do acidente. A cirurgia durou cerca de 5 horas e a paciente apresentou boa resposta ao atendimento médico. O outro procedimento foi realizado na clavícula e joelho. Também para reparar os danos provocados por rompimento de tendões.
Apesar da gravidade do acidente, a assessoria de imprensa do HGU afirma que a equipe médica garante que a recuperação de Ariane será total. Ela recebeu alta por haver o entendimento que não havia necessidade de ser mantida no hospital. Agora, a mulher receberá apenas acompanhamento de rotina.
O primeiro diagnóstico sobre o estado de saúde de Ariane foi dado ainda no local do acidente, pelo médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Inicialmente, o quadro da mulher era de traumatismo craniano, que foi descartado após exames mais complexos.
Ela foi retirada do precipício bastante machucada e apresentou reações ao começar ser desamarrada da maca, usada para o resgate. O transporte dela foi feito pelo o helicóptero Águia 4, que pousou bem próximo do Portão do Inferno.
Ariane era passageira do caminhão conduzido pelo marido Wilson de Souza Silva, 22. Ele e a filha do casal de aproximadamente 6 meses morreram no acidente. O veículo estava carregado com garrafões vazios de água e caiu por volta das 5h do dia 4 de junho. Em abril de 2004, um caminhão furgão caiu no mesmo local, matando também um casal e uma criança.
Retirada – Os destroços do caminhão em que Ariane viajava foram retirados do fundo do Portão do Inferno no dia 21 de julho, juntamente com as dezenas de vasilhames de água mineral.
Uma empresa especializada foi contratada para o serviço, que foi recomendado pelo ICMBio, responsável pelo Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. A medida foi para evitar o dano ambiental da região.
Para ocorrer o resgate, o caminhão teve que ser desmontado e içado em partes. Duas equipes do Corpo de Bombeiros acompanharam os trabalhos, atuando especialmente na prevenção a possíveis incêndios.