“É preciso ter confiança no sistema socioeducativo como forma de resgatar adolescentes, não podemos perder a esperança”, afirma o defensor público da Vara Infracional da Infância e Juventude de Cuiabá, Márcio Bruno Teixeira Xavier de Lima. Acreditando que a ressocialização, quando bem estruturada, rende bons frutos, o defensor já marcou presença na Audiência Pública que discutirá melhorias no sistema socioeducativo na próxima segunda-feira (18), às 8h30, no auditório do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O evento é aberto ao público que desejar apresentar sugestões ou críticas sobre o sistema no Estado.
“Acredito que é muito importante juntar os agentes que de alguma forma estão envolvidos com o sistema socioeducativo para discutir a atual situação. O Judiciário encabeçando esta demanda facilitou a discussão, pois é ele quem liga as demais instituições – Defensoria e Ministério Público – com o Poder Executivo. Será o momento de discutir uma série de direitos e garantias fundamentais que os adolescentes têm, mas que não estão sendo efetivados”.
Lima relembra um caso de Tangará da Serra em que três adolescentes atearam fogo em um morador de rua e afirma que depois de cumprir a medida educativa, uma das praticantes foi recuperada. “A primeira vez que conversei com a adolescente era nítido que ela estava totalmente perdida, o linguajar utilizado, a forma como se portava e também as opiniões que tinha do que era certo e errado”.
Ainda de acordo com o defensor público, além das melhorias no socioeducativo, é necessário se pensar nos outros problemas que não são do socioeducativo, como por exemplo, o envolvimento dos jovens com drogas, que os leva a cometer delinquências. “Mas temos que verificar o antecedente social do jovem, ou seja, família desestruturada, falta de acesso à educação e à saúde. Esses jovens vão para as drogas e acabam enveredando para a prática desses delitos. Os direitos deles são violados bem antes deles cometerem atos infracionais”, ressalta.