Em apenas um mês, uma auditoria realizada pela Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) detectou 1.454 casos de irregularidades no uso dos cartões de gratuidade, utilizado por estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais (PNE). As fraudes só foram possíveis de serem identificadas através do equipamento de biometria facial em 92 ônibus de Cuiabá e Várzea Grande.
A fraude é silenciosa e muitas vezes passa despercebida para a maioria das pessoas, que além de estimular a corrupção, é uma conta paga pela população que não usufrui do benefício.
De acordo com o analista de sistema da MTU, Marcio Martins, os cartões de gratuidades vem sendo utilizados por pessoas que não detêm a titularidade do documento, na maioria dos casos, usados pelos próprios familiares dos beneficiados.
Das 1.454 fraudes, 65,75% foi detectado em cartões de estudantes, sendo 13,82% de Cuiabá e 51,93% de Várzea Grande. A auditoria revelou ainda que em 21,73% dos cartões da Melhor Idade foram utilizados por terceiros, durante o mês de março, e 12,52% dos cartões PNE também foram usados por pessoas que não eram o titular do benefício.
Mas como ocorre a identificação por biometria de reconhecimento facial dos usuários? É comparada a foto do cadastro do usuário beneficiado com a gratuidade com a imagem do portador do cartão. Em caso de discordância entre imagem do cadastro e o portador do cartão, o técnico da auditoria faz uma análise criteriosa da fotografia, e ao perceber que não se trata da mesma pessoa, é feita a classificação da fraude”.
Para o presidente da MTU, Ricardo Caixeta, combater as fraudes, que são crimes, significa evitar o aumento da tarifa, pois sabemos o que o preço da passagem leva em conta o número de pagantes com o custo de operação do sistema do transporte.