O que é e como funciona o modal Veículo Leve sobre Trilhos (VLT); saber se ele é o mais adequado para Cuiabá a partir do diagnóstico feito pelo governo do Estado; verificar a obrigatoriedade da projeção de sua tarifa determinada no Plano Nacional de Mobilidade Urbana, bem como a desoneração de impostos da tarifa, também prevista pelo Plano.
Esses, foram alguns dos questionamentos do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), Juares Silveira Samaniego, após participar do IX Seminário Nacional Metroferroviário, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 06 e 07 deste mês. "Seria de muita valia trazer a Mato Grosso pessoas e empresas que dominam a técnica e que pudessem falar sobre os modais da forma com que foi exposto no seminário", sugeriu Samaniego.
Segundo ele, a nona edição do evento traçou primeiramente um diagnóstico dos sistemas metroviários utilizados no país e detectou que o atual volume de recursos investidos tem sido insuficientes para a modernização dos modais. "Num segundo momento foi apresentado aos participantes a viabilidade do VLT em comparação com o metrô. Onde o primeiro pode ser viável a partir do transporte de 15 mil a 25 mil passageiros ao dia e por sentido. Já o metrô é viável a partir do transporte de 100 mil pessoas ao dia e por sentido", explica.
Após traçar esse panorama foram apresentadas as tecnologias existentes e os níveis de automação a que podem chegar os transportes. "Nesse aspecto houve uma pane ocorrida no sistema de metrô na França, poucos dias antes do evento e, o fato serviu de exemplo para sabermos até onde devemos automatizar nosso sistema de transporte. A falta de energia elétrica em metrôs franceses deixou milhares de passageiros presos em túneis de difícil acesso. Muitos morreram de frio, o resgate demorou a chegar e não havia nenhum funcionário da empresa de transporte para evitar o pânico entre os passageiros", conta Juares.
Sobre Mato Grosso, as empresas presentes disseram conhecer o projeto para o VLT em Cuiabá, mas afirmaram não se interessar em participar pois não existe um estudo de integração do sistema VLT a ser implantado com os demais sistemas de transporte público da capital e de Várzea Grande, o que pode gerar um descontentamento sobre a obra realizada.