O impasse entre o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário e Pecuário (Sintap-MT), madeireiros e deputados sobre a identificação da madeira deve ser debatido na próxima quinta-feira (24). O sindicato classifica a audiência pública, marcada para às 14h, na Assembleia Legislativa ,como um “cabo de guerra”, já que entidades ligadas ao setor madeireiro devem levar representantes do segmento para pedir o fim da atividade, por meio da mensagem 63/2013, e de outro lado estarão, “os que defendem a legalidade no transporte da madeira.
De acordo com Sintap, a maioria na Assembleia e do governo é a favor de acabar com identificação. A categoria argumenta que o grupo “parece trabalhar em favor da minoria e persiste em abrir as portas do Estado para ilegalidade”.
O engenheiro florestal e diretor jurídico, Filogênio da Rocha Neto disse, por meio de assessoria, que nos últimos dois meses de fiscalização pelo menos 140 madeireiros foram autuados, sendo que outros 2.860 estavam regulares. “Existe uma meia dúzia de infratores que se utilizam destas artimanhas para realizar suas falcatruas. Os deputados foram eleitos para legislar em prol da coletividade e não em causa própria”, argumentou.
Desde a revogação da lei de obrigatoriedade de classificação e identificação da madeira extraída no Estado, sindicato e empresários do setor madeireiro discutem buscam alternativas, um para manter e outro para derrubar a lei.
O Sintap alega que o trabalho Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) contribui para redução de crimes contra a floresta. Já os empresários madeireiros declaram que o órgão não tem estrutura para classificar a madeira corretamente, o que gera prejuízo ao setor.
Segundo o diretor jurídico, as críticas de alguns deputados sobre o número de madeira apreendida e que algumas eram corretas, é preciso apresentar provas, “pois em 22 anos nunca houve um caso de que o Indea tivesse apreendido incorretamente. Esses cidadãos da Casa de Leis deveriam estar envaidecidos por ter órgãos sérios trabalhando a bem de todos e deveriam parabenizar os fiscalizadores”.
Conforme Só Notícias já informou, o Sintap afirmou, no mês passado, que durante anos de atividade sem interferência política o número de caminhões apreendidos girava em torno de 60 a 70 por ano. Já com o fim da identificação e a parceria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) em menos de 60 dias dos 2,5 mil caminhões fiscalizados pelo menos 130 cargas foram apreendidas.
O governado Silval Barbosa encaminhou um projeto, em regime de urgência urgentíssima, sobre a derrubada da identificação e classificação da madeira, que deve ser apreciado após a audiência, na semana que vem. O encontro foi viabilizado pelo deputado Ademir Brunetto (PT).