Pouco tempo depois do episódio “combustível” mais um fato coloca o 4º Batalhão de Bombeiros Militar no centro das atenções. Desta vez o problema não é de falta de abastecimento nos veículos utilizados pela guarnição para os serviços de resgate e administrativo. Agora, para espanto da população, militares têm utilizado uma Unidade de Resgate que funciona somente com um empurrãozinho, ou popular tranco. Nos últimos dias cidadãos precisaram interferir para que o transporte de vítimas pudesse ser feito até o Pronto Atendimento.
A viatura apresenta falhas elétricas e embora já tenha sido detectada, não pode ser encaminhada para a oficina credenciada em Sinop enquanto a segunda UR estiver fora de uso. Esta também encontra-se na assistência. Bombeiros garantem não estar a situação interferindo na qualidade dos serviços. No entanto, para a população, tal condição revela o descaso do poder público estadual com a própria instituição. Se na cidade torna-se necessário o famoso tranco na viatura, a situação pode representar perigo. Isto porque em localidades isoladas onde a guarnição não dispunha da ajuda popular o socorro às vítimas pode ser afetado.
Recentemente, ao atenderem uma ocorrência de esfaqueamento, militares precisaram deixar a UR ligada pois, caso contrário, não mais teria condições de deixar o local. Em agosto, bombeiros precisaram interromper provisoriamente os atendimentos às vítimas devido a falta de combustíveis para as viaturas. Em setembro, a crise culminou com a exoneração do ex-comandante do batalhão, major Hector Péricles. Seu afastamento ocorreu por ter exposto, mediante a imprensa, o problema vivenciado.
Vítimas de acidentes, traumas e demais ocorrências estavam sendo socorridas e encaminhadas até o Pronto Atendimento por meio de uma caminhonete L 200 e um caminhão de combate a incêndios, sem a estrutura necessária. A exoneração do oficial foi compreendida pela sociedade como sinal de retaliação por parte da corporação.