Os servidores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agrossilvipastoril em Sinop aderiram à greve deflagrada no órgão, hoje, em nível nacional. O presidente da seção sindical local, o pesquisador Cornélio Alberto Zolin, explicou, ao Só Notícias, que o protesto acontece em decorrência do impasse no acordo coletivo, negociado todos os anos com o sindicato da categoria. Na assembleia realizada, na sexta-feira (22), 40 funcionários decidiram pela adesão.
O pesquisador afirmou que “está prevista a retirada de benefícios que conseguimos no acordo estabelecido no ano passado, como auxílio creche, a licença paternidade e também o café da manhã, por exemplo”. A paralisação segue por tempo indeterminado. Uma reunião do sindicato nacional está prevista com representantes do Ministério da Agricultura, na quarta-feira (27), mesmo “dia que acontece a Marcha para Brasília, para sensibilizar o governo”. Na sexta-feira (29), está prevista uma reunião entre membros da Embrapa e sindicato dos servidores.
O presidente da seção sindical explicou que os procedimentos de pesquisas em andamento não são prejudicados com a greve, já que trabalhos considerados essenciais continuam sendo desenvolvidos. “Os projetos não vão parar, só vão andar mais devagar”.
Cornélio também destacou que a inauguração oficial da Embrapa, prevista para 6 de julho, não será prejudicada. “É um processo que ocorre independente. A mobilização e a inauguração não tem ligação”. O centro tem 8,5 mil metros quadrados de área construída, 24 laboratórios, salas de pesquisadores e demais espaços. Para o desenvolvimento das pesquisas, a unidade tem uma área experimental de 580 hectares. Hoje, a unidade já conta com 97 servidores. R$ 30 milhões foram aplicados na construção da sede e aquisição de máquinas, equipamentos e veículos.
Com a Embrapa, sobe o número de órgãos federais com servidores em greve em Mato Grosso. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado (Sindsep), aponta que há mobilização no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e na Universidade Federal. Professores estão mobilizados há pouco mais de um mês. Os técnicos e demais, há pouco mais de uma semana. Funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também haviam aderido mas suspenderam hoje.
Conforme Só Notícias já informou, além de reajuste salarial, os servidores públicos federais cobram a reestruturação das carreiras antes da realização de novos concursos públicos e protestam contra a Medida Provisória 568, de 2012, em tramitação no Congresso Nacional, que propõe mudança no cálculo dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, entre outros.