A prefeitura prorrogou, mais uma vez, o prazo de execução do “puxadinho” (ampliação do terminal de embarque e desembarque do aeroporto municipal presidente José Figueiredo). As obras deveriam ter sido concluídas ainda no ano passado, no entanto, em outubro, Juarez Costa (PMDB) assinou um termo aditivo, que estendeu o prazo de execução até 26 de fevereiro. De acordo com a nova previsão, conforme extrato publicado no Diário Oficial do Estado, o empreendimento deve ser concluído em até 90 dias.
O valor gasto é de R$ 374 mil, conforme contrato disponível no Portal da Transparência da prefeitura. A Secretaria de Planejamento, Finanças e Orçamento aponta, no entanto, que gastou R$ 385 mil com a construção, ampliação e reforma da unidade aeroportuária. O valor foi cobrado dos próprios passageiros, mediante pagamento da taxa de embarque. No ano passado, os usuários do terminal desembolsaram R$ 1.263 milhão. Atualmente a taxa custa R$ 16,04 e, deste montante, R$ 11,80 fica com o município e o restante vai para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
A prefeitura não divulgou ainda o número total de embarques em 2015. Balanço da Secretaria de Indústria e Comércio mostra que, até junho do ano passado, mais de 58 mil pessoas embarcaram no terminal sinopense. Um relatório divulgado pelo site CGB Online, com base em dados da ANAC, aponta que o município fechou o ano com aproximadamente 135 mil embarques, principalmente para Cuiabá, Brasília (DF) e Campinas (SP), em voos de duas companhias.
Apesar de garantir que aplicou os recursos em melhorias no aeroporto, as reclamações de usuários da unidade são constantes. Conforme Só Notícias já informou, dia 14 do mês passado, uma chuva, que não chegou a durar mais de uma hora, causou danos no setor de desembarque, ao lado da lanchonete. Vídeos divulgados por passageiros, mostram a velha estrutura do terminal invadida pela água que derrubou parte do forro, atingiu freezers e estufas onde são mantidos alimentos, e 'alagou' parte da área de saída dos passageiros.
No portão de desembarque, algumas pessoas foram obrigadas a correr para a parte externa do terminal aeroportuário, para tentar conseguir abrigo. Na sala de embarque, ao lado da esteira de bagagens, a chuva também entrou. O aeroporto continuou operando normalmente com pousos e decolagens.
A falta de estrutura do terminal já virou motivo de piada em algumas redes sociais. Por diversas vezes, passageiros, que são obrigados a suportar o desconforto que a unidade oferece, denunciaram todos os tipos de problemas, desde entupimento dos banheiros, falhas no sistema de ar-condicionado e até instalações sujas.
No final do mês passado, dois inspetores designados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) concluíram uma vistoria no aeroporto. Foram analisadas as instalações e equipamentos. Ainda não foi confirmado se alguma irregularidade foi encontrada, nem se a unidade está dentro dos padrões exigidos. Segundo a assessoria da agência, um relatório será produzido com todos os pontos observados.
O prefeito Juarez Costa constantemente propagava que conseguiu R$ 100 milhões do governo federal para investir em melhorias no aeroporto. Só que, até agora, as obras de "transformação prometidas" ainda não saíram do papel. Em 2015, a prefeitura recebeu da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) licença prévia para licitar as obras. A licença não havia sido expedida no governo de Silval Barbosa (grande aliado de Juarez) e foi concedida nos primeiros meses da gestão Taques.
A licitação para fazer a obra será feita por um banco federal. Até agora, banco nem prefeitura informam quando as obras começarão. Mesmo com todo o alinhamento político do prefeito com a presidente Dilma Rousseff (que há um bom tempo Juarez deixou enaltecer) não há uma data definida para as grandes obras iniciarem.
Na última semana, a Gol Linhas Aéreas confirmou que não vai mais operar no aeroporto sinopense, como havia previsto ano passado. Em nota, a empresa explicou apenas que, "devido a realidade econômica no país, está reestruturando sua malha e, por isso, estão suspensas, temporariamente, as intenções de operar em Sinop". Não foram mencionados dados de estudos de viabilidade do novo voo e a empresa também não cogitou uma nova data poder iniciar as atividades.
Havia forte expectativa com o início das operações da GOL porque Sinop seria a primeira cidade do interior a contar com serviços da empresa que está entre as grandes do setor aéreo nacional. Com a desistência, Sinop continua com duas empresas regionais com voos diretos para Cuiabá, Brasília, Campinas e conexões para vários Estados e capitais. Uma delas também está se readequando sua malha e deixará de operar, a partir de abril, com voos diários Sinop-Campinas.