Um grupo de moradores do bairro Alto da Glória se reuniu com prefeito Juarez Costa, ontem à tarde, para cobrar a revogação da doação de um terreno de quatro hectares, na estrada Ângela, a poucos metros da BR-163, para construção do Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) para adolescentes infratores. Segundo o presidente do bairro, Agnaldo Roos, empresários se dispuseram a doar uma outra área, mais afastada do bairro, para implantação da unidade.
"O local não pode ser afastado da cidade por conta das exigências da lei para ter o funcionamento do centro. Não queremos transferir o problema para outro bairro, mas queremos uma solução definitiva. Já temos o presídio Ferrugem no nosso bairro e não aceitamos mais centro para menores infratores. Sabemos dos transtornos que o presídio já nos causa e não queremos mais um problema".
Roos disse que o Poder Executivo se comprometeu em analisar a transferência do centro socioeducativo para outra área do município. "Temos que apresentar essa nova área nos próximos 15 dias. O prefeito se comprometeu com os moradores durante a audiência e disse que vai atender a nossa demanda. Esperamos que realmente cumpra".
O presidente do bairro disse ainda que 1,8 mil assinaturas contra a construção da unidade foram recolhidas para um abaixo-assinado. "Ninguém do bairro ficou sabendo da audiência para construção desse centro. Todos são contra. Caso nossa reivindicação não seja atendida, vamos entrar na justiça para pedir a revogação da lei. Somos os mais penalizados do município. Estamos esquecidos pelo Poder Público. Não temos infraestrutura no nosso bairro e nem se quer um posto da Polícia Militar".
Conforme Só Notícias já informou, o centro deve ser construído pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos. A doação da área, aprovada pelos vereadores, é resultado de uma parceria entre Estado e município, que iniciou em 2010. A assessoria do legislativo informou que em outubro do ano passado foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta, junto ao Ministério Público Estadual, onde foi estabelecido que a prefeitura doasse a área e o governo estadual arcasse com os custos das obras e também manutenção. R$ 4 milhões já estão em caixa para serem investidos. Os trabalhos começam assim que for concluído o trâmite de repasse do terreno.
(Atualizada às 10h40)