A juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Sinop, Rosângela Zacarkim, aceitou o pedido formulado pelos advogados e revogou a prisão preventiva de Kênia Canachiro Dias, suspeita de envolvimento no latrocínio do acadêmico de Medicina, Eric Francio Severo, 21 anos. Na decisão, a magistrada considera que a acusada “não responde a outras ações penais, de modo que, no presente caso, passados mais de 120 dias dos fatos, é cabível a substituição de sua prisão preventiva por outras medidas cautelares diversas da prisão, vez que não mais configura uma ameaça a ordem pública”.
Zacarkim decidiu que já houve a inquirição das testemunhas residentes em Sinop, bem como o interrogatório dos acusados, “restando apenas a devolução de cartas precatórias expedidas para inquirição de testemunhas e realização de interrogatório de corréu para o término da instrução, razão pela qual a prisão preventiva da acusada não se faz mais necessária para a garantia da conveniência da instrução processual, vez que não há mais atos a serem realizados nesta comarca”.
Consta no processo que Márcio Marciano Batista, que é marido de Kênia, teria ligado para ela pedindo que levasse “roupas para viagem e munições calibre 38, que estariam guardadas na residência do acusado”. A mulher teria, supostamente, atendido e levado o pedido até um ponto na BR-163. Após isso, Márcio teria entregado à indiciada as chaves dos veículos utilizados por ele e por Rafael para a abordagem da vítima, bem como indicado os locais em que estariam estacionados. Durante depoimento, Kênia negou as acusações e disse que apenas levou roupas para o marido. Bastante emocionada, a suspeita ainda afirmou que o casal trabalhava com diárias e que era comum que o marido viajasse para outras cidades, motivo pelo qual não suspeitou de nada.
Kênia não poderá se ausentar de Sinop, sem prévia autorização da justiça e ainda deverá comparecer ao Fórum, bimestralmente, para justificar suas atividades. Ela ficou detida por quase seis meses na cadeia feminina.
Conforme Só Notícias já informou, além dos três, um quarto réu está no presídio José Parada Neto, em Guarulhos (SP) e seu depoimento será por meio de carta precatória. Outras duas pessoas também estão sendo investigadas. Márcio e Rafael são suspeitos de terem roubado a caminhonete GM S-10 que estava com Eric no dia do crime. Eles também são apontados como acusados de executarem o acadêmico para não serem identificados.
Acácio, por sua vez, está preso há vários meses e cumpre pena por diversos crimes (não confirmados). Ele é acusado de ter encomendado a caminhonete para ser vendida do Paraguai, segundo o delegado da Polícia Civil de Sinop, Sérgio Ribeiro. Não foi apontada qual seria a suposta participação dos outros dois supostos envolvidos.
Márcio e Rafael foram presos em flagrante, com a caminhonete GM S10 branca roubada de Eric. Eles teriam dominado Eric instantes após ele sair de um bar, no centro da cidade e o executaram em uma mata, em Lucas do Rio Verde. Os suspeitos foram presos por policiais rodoviários e recambiados para Sinop. Em depoimento, confessaram o latrocínio e alegaram que a caminhonete foi encomendada por um presidiário em São Paulo e receberiam dinheiro para roubá-la e transportá-la.
Desde a morte de Eric, a família do acadêmico, encampa uma campanha nacional pedindo leis mais duras para latrocidas. Já houve contatos com vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais e federais, além de senadores, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e, recentemente, o governador Pedro Taques pedindo que a pena para latrocidas suba para 50 anos de cadeia. Continua a coleta de assinaturas em abaixo-assinado pedindo que os deputados federais e senadores priorizem, com urgência, a votação de Leis Penais e de Execução Penal que garantam a segurança de pessoas de bem, em especial, o projeto de lei 353/2015 de autoria do deputado Major Olímpio Gomes (PDT/SP) que propõe penas de até 50 anos para crimes de latrocínio, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro e estupro de vulnerável.