A juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, impronunciou um dos acusados de envolvimento no assassinato de uma mulher, identificada apenas como “Neuza”, em maio do ano passado, na praça da Bíblia. O Ministério Público Estadual (MPE) chegou a denunciar o réu por homicídio qualificado e destruição de cadáver. No entanto, o órgão, em alegações finais, voltou atrás e alegou ausência de provas que o ligassem ao crime.
O homem contou, em depoimento à Justiça, que estava acompanhado da vítima, mas que, em determinado momento, se desencontraram. Posteriormente, a viu novamente e esta teria admitido o furto de alguns vestidos em uma loja, pedindo ajuda para esconder as roupas. Em seguida, o segundo acusado chegou ao local, começou a discutir com a mulher e a atingiu com um chute. O homem ainda teria mandado o outro morador de rua sair do local. O crime teria ocorrido neste momento.
Para a juíza, há indícios de envolvimento de apenas um homem no homicídio. Este, ao ser interrogado pela Justiça, alegou não lembrar de detalhes sobre o assassinato. Ele justificou que ingeriu bebida alcoólica e usou entorpecente, e não soube responder com certeza se ateou fogo na vítima. Se limitou a afirmar, porém, que se os policiais disseram, “ele assume ser verdade”. O homem confirmou que o segundo suspeito não teve participação no crime.
A magistrada optou por pronunciar o réu e manda-lo a júri popular por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. O outro suspeito, por outro lado, foi impronunciado e a juíza determinou a expedição de um alvará de soltura.
A ação penal permaneceu suspensa alguns meses até a divulgação do laudo de sanidade mental de um dos acusados de cometerem o crime (o que irá a júri popular). A perícia feita no réu considerou que ele era “inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta à época dos fatos, bem assim que ele possuía plena capacidade de autodeterminação”.
O cadáver carbonizado foi localizado por moradores na manhã do dia 28 de maio de 2016.