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Sinop: instalador relata drama da família que perdeu casas no Sul e atua como voluntário no envio de donativos

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Só Notícias/Guilherme Araújo (foto: Só Notícias)

Dionísio Moraes da Rosa, de 63 anos, veio para Mato Grosso na década de 80 e deixou Santo Augusto (RS). Ele é um dos diversos voluntários que tem apoiado os trabalhos de organização e transporte de mantimentos arrecadados em Sinop, através do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Estância da Amizade, para as vítimas das inundações em mais de 90% dos municípios gaúchos.

Dionísio explicou, ao Só Notícias, que é o único da família que não está residindo no Rio Grande do Sul, e vem acompanhando de perto a catástrofe, o grande impacto na vida de seus familiares e descreveu que, “em São Leopoldo, tem quatro casas da minha família por lá e estão em baixo da água, são da minha mãe e mais três irmãos”. “Tenho outro irmão que mora em Canoas e as águas por lá também subiram muito, uns 15 metros, porque um prédio de dois pisos que estava do lado da residência dele ficou quase coberto, perderam tudo”. “Eu conversei com um familiar meu, ele conseguiu já limpar a casa dele”. Para os que ainda não conseguiram retornar, ele informou que seguem seguros em abrigos. “Os mais novos conseguem lidar bem com a situação, mas minha mãe já é uma senhora de idade, por exemplo, tem medo de tirar as coisas dela de casa e acabarem jogando fora”, “porém tem que ter paciência, né”.

Ele relatou que esteve na região, recentemente, antes da enchente. “Faz só um mês que estive por lá, eu e minha esposa, estive cuidando da minha mãe que está com 84 anos e com problemas de saúde, pegou uma dengue muito forte, mas já melhorou”, “no dia 2 de maio eu tinha voo marcado para Sinop e as chuvas já estavam começando”, “cheguei aqui na sexta (3), de manhã cedo, quando recebi a notícia que tinha, fechado o aeroporto (Salgado Filho, em Porto Alegre)”.

O gaúcho, que veio até o Nortão em busca de melhores oportunidade de trabalho e custo benefício, presta serviços com a instalação de placas solares e fez pausa nas atividades, há mais de uma semana, para se dedicar exclusivamente a receber os donativos, separá-los e ajudar a encaminhá-los para o Sul. “Parei o meu serviço, para dar um apoio aqui, mandar alimentos, agasalhos e material de limpeza, essa semana vai se encerrar tudo por aqui”. “Vamos até o final dessa história, que é mandar os últimos veículos para lá, ajudando de ponta a ponta com o recebimento da mercadoria e a ajudando a carregar as carretas”. Ele concluiu descrevendo que, no CTG em Sinop, tem sido gratificante “a oportunidade de atuar na mobilização humanitária e de “conhecer muita gente nova, fiz amizades”. “Vida que segue”.

Conforme Só Notícias já informou, mais de 400 toneladas de donativos foram enviados de Sinop para os desabrigados no Rio Grande do Sul.

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