A Igreja Católica planeja realizar, em parceria com movimentos sociais como MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), MTP (movimento Teles Pires), um seminário para discutir a proposta da instalação da hidrelétrica em Sinop antes de serem feitas as audiências públicas, programadas para novembro, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA). O objetivo, de acordo com o padre Elói Sganzerla, é conhecer mais a proposta para a implantação do empreendimento que vai gerar mais energia elétrica, mas também terá consideráveis impactos ambientais, alagando dezenas de fazendas e chácaras. “Iremos trazer pessoas qualificadas para estar esclarecendo as questões ambientais, os impactos sociais que também poderão acontecer”, explicou ao Só Notícias.
De acordo com o padre, o primeiro debate feito sobre o assunto, em agosto, ainda foi superficial. “Várias pessoas não saíram muito satisfeitas. A empresa não esclareceu para a população, simplesmente colocou o que seria mas não explicou dados concretos”, disse. A indenização das famílias é uma das dúvidas. “O que será feito com as famílias, como serão pagas as indenizações para as pessoas ? Para quem tem a posse da terra se será pago em cima do valor atual da terra ou de quando fez a inscrição da escritura ?”, questionou.
Conforme Só Notícias informou, a proposta de instalação da usina hidrelétrica é gerar 400 megawatts de energia elétrica. A barragem ficará entre os municípios de Itaúba e Cláudia e ocupará cerca de 33 mil hectares, sendo a única que trabalhará com reservatório. Além de Sinop, Itaúba e Cláudia também serão afetados com a implantação da hidrelétrica, os municípios de Ipiranga do Norte e Sorriso.
A barragem terá comprimento de 470 metros e altura de 52 m, com margem direita de cerca de 140 m e altura máxima de 22 m, e o lado esquerdo terá de cerca de 176 m, e altura de 30 m. O nível máximo de água será de 302 metros, com vazão de 6.702 m³/s.
A proposta da igreja é diminuir a altura da barragem, visando reduzir os impactos ambientais que serão causados.
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