O governo está esperando decisão judicial para determinar a abertura de um concurso público e contratar professores para o ensino técnico do Estado. É o que afirmou, ao Só Notícias, o diretor da Escola Técnica Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Secitec), Dilmair Callegaro. A situação começou em 2008, quando o certame deveria ter sido aberto. “Em 2013, mais uma vez, o governo anterior mentiu, em ano eleitoral, dizendo que faria. Agora, uma ação judicial nos impede de contratar temporários, enquanto não houver concurso. O que aguardamos é a determinação de um prazo para que possamos lançar o edital”, explicou.
Conforme o diretor, ainda não há defasagem no quadro de servidores da unidade sinopense, negando, assim, o que foi divulgado durante uma manifestação de alunos, na quarta-feira (17). “Por enquanto estamos com 60 funcionários. O que foi falado é uma situação futura. Não temos falta de professores. Por isso, a gente tenta conseguir uma autorização para contratar temporários, pois, os contratos vão começar a vencer e podemos ter problemas. Não é simples fazer um concurso desta forma, por que a gente tem cursos curtos. Como vamos contratar um professor em determinada área e depois o curso deixa de existir, e aí, como fica? Temos aguardado uma mudança na lei de contratações”, questionou.
Dilmair negou também falta de profissionais no quadro administrativo da escola, por conta de exonerações ocorridas nos últimos dias. “A secretaria tem um funcionário efetivo, que só não trabalha no período noturno. Os exonerados eram comissionados do governo anterior. Quando muda-se o governo, isso é algo natural. A escola não está parada. Nunca nenhum curso ficou a mercê”.
O diretor ainda avaliou que os alunos, com o auxílio do Sindicato dos Servidores Publicos da Educacao Profissional e Tecnológica de Mato Grosso (Sinprotec), tentaram “tumultuar” a situação. “Apenas o curso de enfermagem, por conta da falta de um único professor, está sem aulas durante dois dias da semana. A gente propôs que se juntassem a outra turma, com aulas a semana inteira, mas os alunos não quiseram. Então, assim, o sindicato, de forma partidária ao atual governo, e os alunos, estão tumultuando”.
Em Cuiabá, Callegaro apontou conversas com o governo para resolver o problema e garantiu que o concurso público deve sair em breve. “Já temos um parecer favorável do procurador-geral do Estado”. Adiantou também que estão previstos R$ 40 milhões em investimentos em escolas técnicas do Estado.
Conforme Só Notícias já informou, dezenas de alunos protestaram, na terça à noite, alegando falta de professores e cobraram também que o governo estadual realizasse concurso público. A mobilização aconteceu em frente ao prédio da unidade. Empunhando cartazes, os manifestantes criticaram o governo e pediram mudanças. “Não faça como o governo anterior, tenha atitude e valorize a educação profissional” e “Não teve medo para prometer, tenha atitude para promover. Concurso já!” estavam entre as frases estampadas nas faixas.
No total, são 400 alunos, nos períodos noturno e vespertino, e 25 professores. Porém, apenas três profissionais são concursados, enquanto o restante possui contratos temporários. As informações foram repassadas pela professora Gislaine Dias Fiorentino.
Se mobilizaram os estudantes de vários cursos como Segurança no Trabalho, Agropecuária, Farmácia, Administração, Eletrotécnica, Floresta, Transações Imobiliárias e Informática. Segundo Gislaine, alunos do Programa Nacional do Ensino Técnico (Pronatec) do governo federal também reclamam falta de estrutura e investimentos.