A Sinop Energia encaminhou nota, esta tarde, ao Só Notícias, informando que "ainda não tomou conhecimento do relatório elaborado" pela comissão da câmara municipal "que parece tratar do valor indenizatório, compensação ao município, adequação da malha viária e supressão da vegetação, razão pela qual está impossibilitada de opinar sobre seu conteúdo. Destaca-se, entretanto, que a Sinop Energia já realizou acordo com mais de 800 dos 990 imóveis interferidos pelo empreendimento, o que implicou no atendimento de um público vasto constituído por advogados, fazendeiros, engenheiros, médicos, agropecuaristas, empresários, assentados, entre outros. A quantidade de acordos realizados e a diversidade do público envolvido nas negociações comprova que o preço ofertado está adequado ao mercado da região, que foi estabelecido de acordo com os procedimentos recomendados pelas Normas Brasileiras de Avaliações de Imóveis (ABNT – NBR 14.653-2004)", informa a empresa.
A comissão da câmara apontou que houve “discrepâncias enormes quanto aos valores ofertados pela empresa" que está construindo a usina para donos de áreas que serão obrigados a deixar seus imóveis que serão alagados. "Os valores praticados pelo mercado imobiliário apresentam uma diferenciação para maior do que vem sendo apresentado”, apontou o relator, vereador Hedvaldo Costa (PR). Em um trecho do relatório, o relator afirma que a empresa "está sendo omissa quanto aos valores das indenizações pagas aos atingidos e tem usado de métodos indutivos e agentes externos para negociar com os afetados pelo empreendimento. Conforme apurou a comissão, o valor de mercado é R$ 62,5 mil por hectare. Os valores pagos aos assentados, parceleiros da Gleba Mercedes, fazendeiros, e outros mais não coincidem nem com que são praticados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), explicou Hedvaldo. Ele acrescenta que uma fazenda foi avaliada, por um profissional do setor imobiliário, em R$ 21 mil o hectare.
A Sinop Energia também informa que em relação à supressão parcial da vegetação do reservatório – outro apontamento feito pela comissão- , "a definição da área a ser suprimida seguiu rigorosamente as previsões do licenciamento ambiental, tendo sido definida a supressão da vegetação que permitisse o melhor cenário ambiental após o enchimento do reservatório, observando todas as variáveis ambientais passíveis de análise. Por fim, a programação de recomposição da malha viária está em pleno andamento e será executada antes do enchimento do reservatório, permitindo o deslocamento da população a todos os imóveis que foram interferidos pelo empreendimento", conclui.