A Embrapa Agrossilvipastoril e Ecoarts Amazônia, entidade sem fins lucrativos, estão iniciando em Sinop uma pesquisa com oito espécies frutíferas nativas amazônicas. Serão avaliados o desenvolvimento inicial e formas de propagação de espécies como bacurizeiro, camucamuzeiro, muricizeiro, tucumazeiro, taperabazeiro e abricoteiro. Os materiais genéticos são oriundos da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-Para), que já estuda o sistema produtivo dessas frutíferas. As mudas usadas no experimento vieram da capital paraense.
O pesquisador João Meneguci explica que a médio prazo, com o acúmulo de informações, o objetivo é o de capacitar viveiristas e comunidades para a produção de mudas e manejo dessas espécies. Além disso, o trabalho visa tornar essas fruteiras conhecidas da população, uma vez que todas elas possuem potencial de uso comercial.
A atividade de pesquisa foi aprovado junto ao Fundo Amazônia e serão recursos oriundos da venda de porcelanas de uma coleção sobre a Amazônia lançada pela empresa portuguesa. A Ecoarts também fará aporte financeiro e apoio de mão-de-obra para condução do experimento.
A parceria da Embrapa Agrossilvipastoril com a Ecoarts é parte do projeto conduzido pela entidade chamado Floresta de Alimentos. A iniciativa prevê o plantio de mais de mil matrizes frutíferas em vias públicas, parques e escolas públicas de Sinop. O objetivo é o de criar unidades de restauro florestal em cidades, áreas rurais e comunidades tradicionais e indígenas dentro da Amazônia brasileira. Espera-se assim evitar a erosão genética, promovendo a propagação das espécies, a biodiversidade e a recuperação ambiental.
Nesta sexta-feira (24) em Sinop, 200 mudas das mesmas espécies da pesquisa serão plantadas em uma avenida próxima ao Parque Florestal e as frutas poderão servir de alimento para aves e primatas. As árvores serão monitoradas por meio de tecnologia QR code, que permite o acompanhamento do desenvolvimento da muda, o georeferenciamento e o cálculo de crédito de carbono. Utilizando o celular, todo cidadão poderá se informar sobre a planta, compartilhar dados ajudando na sua conversação.
A Ecoarts é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) com sede em Sinop e São Paulo que utiliza materiais da floresta para a produção de artigos de decoração. As peças são vendidas em mercados internacionais e em grandes centros, com alto valor. Parte do lucro retorna à floresta por meio de projetos de revegetação, treinamento de comunidades tradicionais e coletores e financiamento de pesquisa.
A Ecoarts fez uma parceria com a empresa portuguesa de porcelana de luxo para a criação de uma coleção com motivos amazônicos. Os royalties da venda dessa coleção, lançada na Europa no início de 2019, são destinados ao projeto Floresta de Alimentos.
A informação é da assessoria da Embrapa.