A Corregedora-Geral de Justiça em Mato Grosso, desembargadora Maria Erotides Knipe, determinou a abertura de correição junto à Primeira Vara Cível da Comarca de Sinop, que tinha como titular o juiz Paulo Martini, demitido por corrupção passiva semana passada. Os trabalhos começam no próximo dia 14 e vão até dia 18. Deverão ser examinados processos, livros, papeis ou atos e tudo mais que se relacionar com o expediente forense, podendo os interessados fazer qualquer tipo de reclamação, sugestão, crítica ou elogio aos Juízes Auxiliares ou aos servidores designados
Martini é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ter pedido um trator agrícola e R$ 7 mil em dinheiro ao advogado Celso Souza, em 2004, em troca de decisões favoráveis em processos defendidos pelo profissional. Além da perda do cargo, ele foi condenado a dois anos, sete meses e 12 dias de prisão, substituída por duas restritivas de direito, como prestação de serviços à comunidade. Também foi aplicado ao magistrado 100 dias-multa, cada dia-multa correspondente a um salário mínimo na época dos fatos, resultando em R$ 26 mil. Como foi condenado em ação penal, não terá direito à aposentadoria compulsória por tempo de serviço.
Ao Só Notícias, ele disse, anteriormente, que está sendo vítima de uma armação e que teve sua defesa cerceada. “A pessoa que me acusou no passado, o advogado Celso Souza Lins, quando ele viu que o tribunal iria me julgar, depois de 12 anos, impetrou petição dizendo que era mentira o que havia dito. E o tribunal não aceita esse documento que comprova minha inocência. Minha defesa está sendo cerceada. O advogado falou que foi induzido e que participou de um conchavo para me prejudicar. Depois, ele caiu na realidade e está falando a verdade, que isso (acusação) é mentira", declarou.
Martini confirmou que foi notificado e está afastado das suas atividades no judiciário de Sinop, onde atuava há mais de 12 anos. Ele deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.