O controlador Lucivando Tiburcio de Alencar, do Cindacta 1, de Brasília, disse há instantes, em depoimento na Justiça Federal em Sinop, que havia um risco de outro acidente aéreo, no dia 29 de setembro do ano passado, quando o jato Legacy derrubou o Boeing da Gol. O controlador explicou que, quando assumiu o monitoramento do vôo do Legacy, também detectou que outras duas aeronaves poderiam colidir e decidiu intervir, mantendo contato com os pilotos de ambas. As aeronaves voavam no Centro-Oeste no trajeto Goiânia-Belo Horizonte e Brasília-Rio de Janeiro. Não foi confirmado se eram aeronaves particulares ou de companhias aéreas.
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Ele declarou também que o controlador Jomarcelo Fernandes dos Santos não lhe informou se os pilotos do Legacy, Joseph Lepore e Jan Paladino, voavam com o transpoder desligado. Em seu depoimento, Jomarcelo não respondeu a pergunta do juiz se o equipamento estava ligado.
Lucivando afirmou ainda que, ao assumir o comando, “somente o radar primário estava funcionando” e informava a posição exata que a aeronave voava. O radar secundário (ativado no momento que o avião decola) que informa a altitude, não estava funcionando quando Legacy sobrevoava a região próxima da colisão com o Boeing.
Ele afirmou ainda que tentou três chamadas com o Legacy, mas não conseguiu. Queria confirmar altitude e outras informações e enviou uma mensagem “às cegas”, sem saber se os americanos receberam. Outra declaração do controlador foi sobre a inexistência de radar na região em que o Legacy sobrevoava minutos antes da colisão, onde a comunicação é feita somente por freqüencia.
Também confirmou que, por aproximadamente, um minuto, o jato desapareceu do radar e que o ‘sumiço’ de aeronaves ocorre com freqüência devido ao alcance limitado do equipamento.
Lucivando Tibúrcio de Alencar e outros 3 respondem processo por atentado a segurança de aeronaves. O MP denunciou Jomarcelo Fernandes dos Santos de homicídio doloso pelo fato de ter conhecimento da altitude errada do Legacy e não ter avisado os pilotos.
O primeiro a depor nesta terça-feira em Sinop foi Felipe Reis, que é sargento e assistente de controlador. Ele disse desconhecer se haveria ‘ponto cego’ na região onde houve o acidente.
(Atualizada às 21:11hs)
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