Moradores de vários bairros estão revoltados com as faturas das contas de energia. Em alguns casos, os reajustes ultrapassaram o percentual que havia sido divulgado pelo governo. “A minha conta (do mês anterior) era de R$ 140. Este mês veio R$ 290. Não sei como que consegui dobrar o consumo sendo que não uso chuveiro quente, não tenho ferro de passar roupas e somos só três pessoas em uma casa minúscula. Liguei na empresa (concessionária de enegia) e mandaram eu ligar depois de 24 horas pra ver o que podem fazer. E isso que a minha (fatura) não deu 30 dias de leitura. É um absurdo”, afirmou uma sinopense.
Conforme alguns proprietários de residências ouvidos por Só Notícias, apesar do consumo na prática ter se mantido estável, a quantidade apontada nas faturas é outra. “É justo um aumento deste em sua conta de energia sem você mudar um hábito sequer? Tu economiza e paga mais. Vamos deixar nos roubarem dessa forma? Esse é o cúmulo do absurdo em Sinop. O que faz quem ganha salário mínimo? Energia daqui uns dias será para casa de rico. E quem ganha salário mínimo vai viver a luz de vela”, lamentou uma mulher.
Os critérios utilizados para definir o valor de cada conta também causam confusão entre os munícipes. “Teve um mês que a conta foi de R$ 600 e agora veio R$ 280. Não consigo entender qual é o cálculo”, reclamou outra moradora, em uma rede social.
Também houve relato de um consumidor que recebeu a conta, com vencimento para o dia 12 de maio e, aproximadamente 10 dias depois, foi surpreendido com o envio de mais uma fatura, desta vez com a data limite de pagamento para o dia 29.
Em pouco mais de quatro meses, o custo da energia elétrica acumula inflação de 60,42% no período de 12 meses, segundo dados de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, a inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou em 8,13%.
Em maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica manteve a cor vermelha para a bandeira tarifária, o que significa que os custos da geração continuam os mais altos e isso representa um acréscimo de R$ 5,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para quase todos os consumidores brasileiros.
Mato Grosso ainda teve um reajuste anual de 2,2%, aplicado a partir de abril.
Outro lado
A assessoria da concessionária responsável pelos serviços de energia elétrica no responsável no Estado, a Energisa, enviou uma nota esclarecendo que “devido a uma alteração nos procedimentos de leitura dos medidores de energia em Sinop, foi necessário um ajuste nas datas de leitura em parte das unidades consumidoras do município”.
Conforme a empresa, “com essa alteração, parte dos consumidores recebeu, além da fatura regular, outra fatura com o consumo parcial do mês”. A Energisa ainda afirmou que “não houve cobrança adicional, pois o período faturado nesta segunda conta não será cobrado na próxima. (…) A situação é específica deste mês – e que a mudança no processo da leitura tem por objetivo melhorar a qualidade do serviço. Em caso de dúvidas, o consumidor pode procurar a agência de atendimento da distribuidora ou ligar para 0800 64 64 196”.