Os agentes penitenciários de Sinop suspenderam as internações hospitalares de presos, desde segunda-feira (2), até que sejam providenciadas as medidas necessárias à estrutura de trabalho deles, nesse sentido, e também para segurança dos profissionais da saúde, no Hospital Regional. Só Notícias teve acesso a uma denúncia encaminhada pela comissão sindical à Vara de Execuções Penais e ao Ministério Público apontando que os reeducandos acabam ficando junto com pacientes “comuns”, colocando todos em risco, na iminência de uma possível tentativa de resgate, por exemplo, ou troca de tiros em casos inevitáveis.
No documento, a comissão destaca que “estamos mantendo os custodiados internados junto ao Hospital Regional de Sinop, além do próprio custodiado, que pode ser morto ou resgatado naquele local com extrema facilidade, colocamos também em risco de morte os médicos, enfermeiros, demais pacientes e os próprios agentes penitenciários em caso de inevitável troca de tiro. Observe-se que atualmente os presos internados em hospital ficam misturados com todos os demais pacientes e os agentes penitenciários em nenhum espaço de trabalho e de vivência como determina a legislação vigente”.
Os agentes cobram um local apropriado para internação de presos condenados e provisórios, preferencialmente junto ao Hospital Regional, separado dos demais pacientes e com acesso restrito deles e dos funcionários da unidade. “Essa estrutura deverá contar com enfermaria estruturada com grades e trancas para dificultar fugas e resgates. Deverá contar ainda com alojamento para os agentes ali em serviço, para que possam fazer o revezamento na guarda, descanso, banho e alimentação”, consta no documento.
No documento, a comissão finaliza. “É com ciência da relevância dessa modalidade de custódia para saúde e alguns casos, a própria vida dos apenados, que contamos com vossa atenção ao caso, para que somando esforços possamos evitar uma tragédia anunciada, bem como a morte de presos por falta de assistência”. Durante o ano houve várias tentativas reuniões, como a denúncia, junto a pasta estadual de Saúde e a direção do hospital, no entanto sem sucesso.
O presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, em Sinop, tem aproximadamente 700 detentos. Uma estimativa aponta que a cada 20 dias, em média, um preso necessita de atendimento médico.