Três, dos quatro acusados de envolvimento no latrocínio do acadêmico de Medicina, Eric Francio Severo, 21 anos, estão prestando depoimento na primeira audiência de instrução e julgamento do processo, neste momento. Márcio Batista, Rafael Bueno dos Santos Mussuco e Kênia Canachiro começaram a ser ouvidos há pouco. O objetivo da audiência é permitir aos suspeitos apresentar suas versões sobre o crime e definir testemunhas. Após esta fase, a juíza deve definir a data da audiência de julgamento, uma vez que o crime é de latrocínio e não há júri popular.
Antes da audiência, a defesa dos acusados formularam pedidos de liberdade à justiça, que, no entanto, conforme consta no processo, não foram aceitos. Márcio e Rafael estão detidos no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, desde o dia do crime.
Kênia foi detida alguns dias depois e segue presa na cadeia feminina. Isso porque, conforme o processo, após ter auxiliado Rafael a amarrar Eric no banco traseiro da caminhonete, Márcio teria ligado para ela, que é sua esposa, pedindo que levasse “roupas para viagem e munições calibre . 38, que estariam guardadas na residência do acusado”. A mulher teria, supostamente, atendido e levado o pedido até um ponto na BR-163. Após isso, Márcio teria entregado à indiciada as chaves dos veículos utilizados por ele e por Rafael para a abordagem da vítima, bem como indicado os locais em que estariam estacionados.
Além dos três, um quarto réu está no presídio José Parada Neto, em Guarulhos (SP) e seu depoimento será por meio de carta precatória. Outras duas pessoas também estão sendo investigadas. Márcio e Rafael são suspeitos de terem roubado a caminhonete GM S-10 que estava com Eric no dia do crime. Eles também são apontados como acusados de executarem o acadêmico para não serem identificados.
Acácio, por sua vez, está preso há vários meses e cumpre pena por diversos crimes (não confirmados). Ele é acusado de ter encomendado a caminhonete para ser vendida do Paraguai, segundo o delegado da Polícia Civil de Sinop, Sérgio Ribeiro. Não foi apontada qual seria a suposta participação dos outros dois supostos envolvidos.
Márcio e Rafael foram presos em flagrante, com a caminhonete GM S10 branca roubada de Eric. Eles teriam dominado Eric instantes após ele sair de um bar, no centro da cidade e o executaram em uma mata, em Lucas do Rio Verde. Os suspeitos foram presos por policiais rodoviários e recambiados para Sinop. Em depoimento, confessaram o latrocínio e alegaram que a caminhonete foi encomendada por um presidiário em São Paulo e receberiam dinheiro para roubá-la e transportá-la.
Desde a morte de Eric, a família do acadêmico, encampa uma campanha nacional pedindo leis mais duras para latrocidas. Já houve contatos com vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais e federais, além de senadores, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e, recentemente, o governador Pedro Taques pedindo que a pena para latrocidas suba para 50 anos de cadeia. Continua a coleta de assinaturas em abaixo-assinado pedindo que os deputados federais e senadores priorizem, com urgência, a votação de Leis Penais e de Execução Penal que garantam a segurança de pessoas de bem, em especial, o projeto de lei 353/2015 de autoria do deputado Major Olímpio Gomes (PDT/SP) que propõe penas de até 50 anos para crimes de latrocínio, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro e estupro de vulnerável.