O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos (Sintect) convocou para a próxima quarta-feira (18) assembleias gerais extraordinárias para votar uma possível paralisação das atividades em Mato Grosso. Assim como na semana passada, as votações serão realizadas em Cuiabá, Sinop, Rondonópolis, Cáceres e Alta Floresta.
Em vários estados brasileiros, trabalhadores dos Correios se mobilizam pela campanha salarial do próximo ano. Em Brasília (DF), representantes sindicais negociam com a direção da empresa as cláusulas do próximo acordo coletivo. Eles reivindicam, principalmente, reajuste de 8% nos salários e manutenção de benefícios.
A empresa, por outro lado, pede mais 30 dias para conclusão das negociações, solicitação que a categoria aceita, mediante a prorrogação do acordo coletivo em vigência desde o ano passado e válido até 31 de julho. No Brasil, há possibilidade de greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira (19).
Em Mato Grosso, na última semana, foi aprovado indicativo de greve. Entretanto, a paralisação no Estado pode ocorrer mesmo que, no Brasil, a maioria opte por continuar trabalhando. Isso porque o sindicato estadual colocou na pauta de votação das assembleias gerais extraordinárias um ato considerado como “perseguição política” a um dirigente da entidade.
“Em retaliação à mobilização dos trabalhadores, a empresa demitiu um dirigente que é secretário de Assuntos Postais do sindicato, em tentativa de passar a mensagem para os funcionários que, se forem para greve, serão demitidos como o dirigente”, disse, ao Só Notícias, o presidente do Sintect Mato Grosso, Edmar Leite.
No total, 1.550 profissionais trabalham nos Correios em Mato Grosso. O sindicato alega que há um déficit no quadro funcional e que a empresa deveria empregar, no mínimo, 2,3 mil trabalhadores para dar conta da demanda no Estado.
No ano passado, a categoria paralisou as atividades por 18 dias. O movimento foi encerrado em outubro, após proposta que previa reajuste de 2,07% nos salários e benefícios, manutenção das cláusulas sociais, compensação de 64 horas (oito dias) e desconto dos demais dias de ausência, além da manutenção das cláusulas já existentes no acordo firmado em 2016.