O presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal em Mato Grosso, Pedro Aparecido da Silva, criticou, ontem, a decisão do Tribunal Regional do Trabalho de corte no ponto dos que aderiram à greve, iniciada esta semana, por tempo indeterminado. Ele considerou "abusiva" a decisão do corte porque o salário será menor. "O mais grave é que sindicato tem reunião dia 2 com presidente do TST (Tribunal Superior Trabalho), que está acima do TRT", disse. "E não tem decisão de que a greve é abusiva para basear o corte. Estamos chateados com a decisão do presidente de uma casa que é dos trabalhadores", disparou. "Quando tem corte no ponto, está retirando a comida do trabalahdor. Não somos empresários e não temos outra fonte de renda", expôs.
Pedro explicou que, de 2006 a 2012, não houve reajuste, nem percentual da inflação. "Veja o quanto estamos perdendo. Ficamos com salários 6 anos congelados. Isso dá 42% de inflação. Não queremos aumento real, só repor a inflação", emendou.
A paralisação é nos fóruns da Justiça Federal, Eleitoral e do Trabalho.
Em nota , o TRT expõe que enviou cópia do ofício do Sindijufe à Procuradoria da União de Mato Grosso, informando ainda que neste ano o sindicato fez greve, de 29 de abril a 19 de junho, período que deverá ser reposto pelos servidores que aderiram ao movimento. Diante disso, solicitou que a Procuradoria da União verifique acerca da abusividade da paralisação anunciada. Essas providências decorrentes de atos de gestão não afastam a Presidência da diretriz já apresentada na Nota de Apoio e Solidariedade aos Servidores do TRT/MT, publicada no site do tribunal em 03 de junho de 2014. A Administração do TRT reafirma o seu compromisso e solidariedade com as proposições dos seus servidores, merecedores que são do reconhecimento dos trabalhos e necessidade de valorização da carreira"
(Atualizada às 11:28h)
Contudo, não pode deixar de registar que deflagrar nova greve, neste momento, em tão curto espaço de tempo, quando o Congresso Nacional encontra-se absorvido com questões relativas às eleições que se aproximam, com impossibilidade política de avanços nas justas reivindicações dos servidores, redundará em grave prejuízo aos jurisdicionados e ao bom andamento das atividades jurisdicionais, ainda não normalizadas em todas as unidades.