Não ao reajuste fiscal, que retira dinheiro dos serviços públicos, mas garante aos setores privados. Foi esse o recado que os servidores públicos federais em greve da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deram ao governo, esta manhã, em ato realizado em frente a Receita Federal de Mato Grosso.
Por alguns minutos, os trabalhadores interromperam o trânsito na avenida do CPA, uma das mais movimentadas de Cuiabá, enquanto caminhavam entre a praça Ulisses Guimarães e a sede da Receita. No caminho, chamavam a população para entender melhor o movimento, que reivindica a manutenção do serviço público de qualidade. Os servidores defendem que as condições de trabalho adequadas favorecem, diretamente, o usuário do serviço público.
Há mais de 60 dias em greve, os docentes da UFMT reforçam que uma das suas principais reivindicações é a reversão dos cortes para a educação, que só esse ano já chegou a R$ 10 bilhões. Ao mesmo tempo, o governo anuncia que vai destinar cerca de R$ 5 bilhões para aumentar o financiamento de cursos superiores em instituições privadas.
“Em nome desse discurso de crise, o governo está retirando dinheiro dos serviços públicos, retirando dinheiro dos serviços que atendem a população, como educação, INSS e outros órgãos que trabalham diretamente no atendimento às pessoas que tanto precisam e está colocando para bancar os banqueiros. E aí a gente diz: não! Não aceitaremos! Que a crise seja paga por eles e não pelos trabalhadores”, afirmou o professor da UFMT, Maelisson Neves.
Também faz parte da pauta de reivindicação docente a ruptura com a política de terceirização das universidades, defesa da universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada, a reestruturação da carreira, o estabelecimento da data base de negociação salarial para 1º de maio, além da reposição das perdas inflacionárias.
Os servidores se organizam agora para um ato em Brasília, na quinta-feira (6).