Servidores públicos federais decidiram por unanimidade, em assembleia geral realizada esta manhã, em Cuiabá, paralisar as atividades em Mato Grosso a partir da próxima segunda-feira (3 de agosto). Cerca de 80 pessoas compareceram na reunião do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT) que tem mais de três mil filiados e representa cerca de 12 mil trabalhadores no Estado, entre ativos, aposentados e pensionistas. “Vamos manter os serviços essenciais e inadiáveis, conforme manda a lei”, explicou, ao Só Notícias, o presidente do sindicato, Carlos Alberto de Almeida.
Os profissionais rejeitaram discutir a proposta do governo federal de reajustar os salários em 21,3%, divididos em quatro anos. De acordo com os sindicalizados, caso aceito, o reajuste proposto pelo governo não seria capaz de repor sequer as perdas dos últimos anos, que seriam em torno de 27%. “Houve um cinismo por parte da Dilma Rousseff, que assinou um documento se comprometendo a encaminhar as negociações, o que não aconteceu. Temos que ‘ir para cima’ agora e arrancar do governo o cumprimento das nossas reivindicações”, avaliou o presidente.
Devem parar as atividades em Mato Grosso, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e de Saúde (Funasa), o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Procuradoria Regional do Trabalho (PRT), Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), os ministérios da Saúde, da Fazenda e da Agricultura, o Departamento de Saúde Indígena (DSEI), Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), entre outros.
Em Brasília, os servidores federais decidiram, na Plenária Nacional dos Servidores Públicos Federais, dia 18 de julho, por deflagrar greve. Na semana passada, apesar de manter o percentual, o Ministério do Planejamento propôs a inclusão de uma cláusula para rever o reajuste em 2017, caso a inflação seja superior ao previsto para o período. A Confederação dos Servidores Públicos Federais (Condsef), que representa cerca de 500 mil servidores, entretanto, fez amplo debate com a categoria e espera que ao menos que o governo negocie índices de reajuste considerando um prazo de no máximo dois anos.