Servidores fizeram um vídeo mostrando a situação precária de parte da sede do Ibama em Cuiabá e alguns escritórios do interior – teto e paredes caídas, goteiras, móveis quebrados e sem condições de uso, centenas de materiais apreendidos que foram usados em ações de depredação ambiental guardados em um depósito que desabou. Ainda mais grave são documentos e processos armazenados de forma inapropriada e em locais insalubres. A cobrança de melhor estutura no Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade também motivou a greve dos profissionais em Mato Grosso.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Área Ambiental (SintFama), José Vespasiano Lisboa Assumpção, explica que a situação é conhecida até mesmo pela superintendência do Ibama em Mato Grosso. Diversos pedidos de providência já foram feitos pelo Sindicato e pela própria superintendência junto ao governo Federal, mas nada foi feito. “É tudo centralizado. Depende do Governo Federal, por isso nenhuma providência é tomada. O IBAMA parece um órgão abandonado”.
O sindicato já convocou a Vigilância Sanitária e o Corpo de Bombeiros – que inclusive já condenou algumas instalações, e protocolou no Crea/MT (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) um documento detalhando as condições do prédio. “Para se ter uma idéia, recentemente foi noticiado na imprensa nacional a existência de um lixão a céu aberto na área da superintendência estadual do Ibama, em Cuiabá, situação extrema de abandono do órgão”.
Outro problema é o baixo número de servidores do órgão para atender Mato Grosso. O Ibama tem para todo Estado apenas 120 servidores, enquanto o Icmbio conta com 38 funcionários. Os servidores também cobram do governo federal a reestruturação da carreira, com reajuste do vencimento básico e a criação de gratificações de qualificação e interioridade.
Outro lado
O Ibama ficou de se pronunciar sobre os problemas ainda hoje.