A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) recebeu hoje o Semanário Regional de Escuta aos Povos Indígenas, visando a criação e implementação da Universidade Federal Indígena no Brasil. O encontro em Cuiabá é o 10° de 20 previstos pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), com o objetivo de angariar as perspectivas de representantes dos mais de 305 povos indígenas do Brasil sobre o tema.
Presente durante a cerimônia de abertura do Seminário, o Pro-Reitor de Ensino de Pós-Graduação, professor Jackson Rezende, destacou a importância do evento na UFMT e apontou a participação de diversos pesquisadores da Instituição que trabalham com questões dos povos indígenas. “A Universidade Indígena vai contribuir substancialmente para Mato Grosso e para o Brasil. É indispensável que aproveitemos esse momento para um debate profícuo, contribuindo com uma proposta que possa levar a diante essa demanda”, disse.
Atualmente, as universidades federais já possuem mais de 70 mil estudantes indígenas. Entretanto, como apontou a Coordenadora-Geral de Políticas Educacionais Indígenas do MEC, Pierlangela Nascimento da Cunha, “o objetivo é ter uma universidade que tenha uma concepção para formar povos indígenas, observando a diversidade, visando cursos diferentes, o uso da língua materna e pedagogias específicas”.
Neste sentido, Chiquinha Pareci, representante do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena, afirmou que desde 2000 já existem iniciativas de cursos de graduação voltados para a especificidade indígena em Mato Grosso, e que a realização disso em âmbito federal contribuiria significativamente para a ciência ocidental. “Penso que esse é o momento da humanidade dar essa atenção para a ciência indígena, pois esta tem muito a contribuir, principalmente nas questões ambientais”, concluiu.
O seminário aconteceu ao longo do dia, com participação de representantes dos mais de 43 povos indígenas de Mato Grosso.
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