A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) contabilizou 224.939,74 hectares em áreas desmatadas em Mato Grosso durante o ano de 2008. Para se ter uma idéia da proporção da área, cada hectare corresponde a um campo de futebol com medidas oficiais. No entanto, o total embargado chegou a apenas 27.376,6129 hectares do que foi desmatado, o que representa pouco mais de 10%. A proibição de utilização do solo é determinada após a confirmação da irregularidade na retirada ilegal da vegetação, apontada pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).
Segundo o coordenador de Fiscalização de Florestas e Unidades de Conservação da Sema, Eduardo Rodrigues, o número de propriedades embargadas foi baixo porque um decreto do Ministério do Meio Ambiente determinou que a medida fosse aplicada apenas às áreas derrubadas em 2008 e as autuações englobavam desmatamentos ilegais ocorridos em anos anteriores. Cada hectare embargado durante o ano gerou uma multa de R$ 500 para o proprietário até dezembro, quando um novo decreto ministerial aumentou a sanção para R$ 1 mil/hectare.
Um fazendeiro paulista, com propriedade em São José do Xingu, teve a maior multa em 2008, correspondente ao embargo de 5 mil hectares. “Esse foi o recorde”, disse Rodrigues.
Segundo ele, o número de autuações feitas durante 2008 foi maior que em 2007, mas não soube precisar o valor anterior.
Em abril, a Sema já havia proibido a exploração do solo em aproximadamente 15 mil hectares irregulares, localizados nos municípios de São Félix do Araguaia, Vila Rica, Querência e Gaúcha do Norte. As multas aplicadas na ocasião foram de aproximadamente R$ 4,5 milhões.
Na próxima segunda-feira (12), os técnicos da Sema voltam a sobrevoar a região do Araguaia para checar os novos dados de desmatamento apontados pelo Deter.
De acordo com o balando divulgado pela Sema, foram queimados 312.059,37 hectares. A maioria da queima ocorreu durante o período proibitivo, que ano passado se estendeu do dia 15 de julho a 10 de outubro, pois sofreu uma prorrogação.
Durante o ano, foram apreendidos 258 caminhões, na sua maioria transportadores de madeiras irregulares. A matéria-prima apreendida em madeireiras chegou a 27.142,1480 metros cúbicos. Já o número de pescado irregular foi de 11.052 quilos em 2008.