A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) constatou invasões ilegais de áreas em, ao menos, quatro bairros de Sinop. A informação é do presidente da Associação das Empresas Loteadores (Aelos), Thiago Trevisol, que teve acesso ao relatório do órgão. “Eles fizeram levantamento documental e verificação por meio de imagens de satélite, constatando as invasões”, explicou, Só Notícias.
Segundo Trevisol, a Sema cumpriu o pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que investiga as denúncias de irregularidades. Em contrapartida, conforme Thiago, a secretaria “devolveu” um pedido ao MPE, para que disponibilize uma equipe para “visita in loco” nos bairros. “A Sema solicitou a presença de um assistente para acompanhar os trabalhos e também a presença da Polícia Militar”.
Conforme Thiago, foram constatadas irregularidades nos bairros Santa Rita, Ipês, Novo Horizonte e Novo Estado. A Aelos protocolou, ainda em maio, a denúncia no Ministério Público e na prefeitura, e pediu providências sobre as supostas invasões e comercializações de áreas verdes e de preservação permanente no município.
Tiago Trevisol afirmou que há suspeita de pessoas lucrando com a venda de terrenos irregulares. “No bairro Jardim dos Ipês, por exemplo, não eram pessoas necessitadas invadindo as áreas. Se tratava de um negócio. As áreas verdes foram loteadas e vendidas. Em alguns casos, as ruas foram nomeadas e houve até ligação de água e energia”.
De acordo com Trevisol, a denúncia tinha como desmotivar futuras invasões. “A gente se preocupa em regularizar um loteamento antigo. Quando consegue, surgem outros dez para regularizar. A gente quer providências, senão incentiva as pessoas a invadirem estas áreas. Acaba criando um problema social. Denunciamos novas invasões que estão ocorrendo, mas a gente tem denúncias de casos mais antigos, como, por exemplo, nos fundos do bairro Boa Esperança”.
Conforme Só Notícias já informou, a promotora Audrey Ility recebeu a denúncia e instaurou um inquérito para apurar o caso. No documento que instaurou o procedimento investigativo, é apontado que a prefeitura encaminhou documentação que comprova manejo de ação de reintegração de posse apenas no caso do Jardim dos Ipês, sem se manifestar sobre possíveis irregularidades nos demais bairros.