O secretário de Estado de Saúde, João Batista, afirmou que vai pagar, ainda esta semana, R$ 19 milhões a cada um dos gestores dos sete hospitais regionais de Mato Grosso. Três deles estão com os serviços eletivos, inclusive de alta complexidade, suspensos em Sorriso, Rondonópolis e Colíder. "Ainda esta semana vamos pagar aos hospitais regionais para que voltem a prestar os serviços que suspenderam".
Os repasses serão feitos às Organizações Sociais de Saúde (OSS). Os médicos que tomaram a decisão de cruzar os braços são funcionários delas. Os serviços não foram paralisados em Sinop, Cáceres, Alta Floresta e Várzea Grande. "Estamos negociando e esperando que ainda nesta semana consigamos colocar em dia os serviços de alta complexidade, urgência e emergência, para que também o interior a população seja atendida e não venha culminar com os pacientes sendo deixados aqui em Cuiabá".
Segundo ele, os relatórios do mês de setembro ainda não foram entregues pelas OSS e, por isso, o pagamento ainda não está em andamento. As OSSs cobram também o mês de julho.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sisma), Oscarlino Alves, vê caos nesta situação dos regionais. Cita que em Sorriso, por exemplo, já está tendo acúmulo de roupas de cama e banho hospitalar. Na visão dele, essa problemática remonta o ano de 2011, marco histórico do início das contratações das OSSs para gerirem unidades públicas. "Isso aconteceu na gestão de Pedro Henry", detalha, citando o ex-secretário de Estado de Saúde, ex-deputado, que cumpriu pena envolvido no escândalo do mensalão.
O secretário de Saúde atual afirma que o Estado está há uma semana "buscando alternativas" e que vai honrar com suas dívidas. Para explicar o caos de agora, ele também remonta ao governo passado, do peemedebista Silval Barbosa, preso pela operação Sodoma. "Agora estamos pagando este alto preço", diz o secretário, afirmando que o governo atual recebeu um Estado dilapidado.