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Secretaria faz monitoramento de migração de jacarés no Pantanal em Mato Grosso

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

As equipes da secretaria de Estado de Meio Ambiente que atuam na região da Estrada Parque Transpantaneira, em Poconé (102 quilômetros de  Cuiabá), flagraram a mobilização dos animais silvestres, que aconteceu de forma natural com a estiagem e a redução da presença de água no Pantanal mato-grossense.

A coordenadora de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, Neusa Arenhart, destaca que o monitoramento do órgão ambiental é importante para que seja possível avaliar as condições dos animais e do bioma. Até o momento, a recomendação da Sema é de que as intervenções devem ser mínimas no Pantanal para evitar danos à fauna silvestre.

“Os jacarés estão na fase de migração para buscar novas áreas de alimento e água cumprindo, assim, o processo natural que tem sido contínuo e sem interferências. É um momento delicado para os jacarés e por isso, quanto menos pessoas ao redor dos lagos e dos locais onde eles se concentram é melhor para evitar o estresse dos animais”.

A não interferência no habitat natural é indicada também pela especialista em Jacaré-do-pantanal, pesquisadora da Embrapa-Pantanal, doutora em Ecologia pela Universidade Federal de Minas Gerais , Zilca Campos. “Constatamos uma grande quantidade de jacarés neste corixo e que saíram em busca de água, alimento e refúgio. A natureza por si só está fazendo o movimento e o instinto vai fazer com que eles procurem outras áreas”, explica.

Intervenções no habitat natural podem ocasionar doenças aos animais, a habituação e ceva (aglomeração de animais em locais onde é distribuído o alimento) e até alterações prejudiciais nos hábitos de caça naturais. No caso dos jacarés, o translocamento também não é recomendado, pois pode prejudicar a saúde animal pelo manuseio e pelo estresse.
“É importante as pessoas entenderem que o apelo emocional é sempre muito forte nesses momentos, mas é preciso entender a ecologia do animal e aceitar seus movimentos e comportamentos naturais, mesmo que estes não sejam tão agradáveis à nossa visão. Deve-se lembrar que essas ações devem ser monitoradas e acompanhadas por técnicos especializados”, explica a coordenadora de Fauna da Sema.

 

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