Durante o debate no Painel “Amazônia Real”, a secretária de Estado de Meio Ambiente e presidente da Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, apresentou os avanços e desafios da política ambiental de Mato Grosso. O Painel, esta manhã, no quinto dia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), como parte da programação do Pavilhão Brasil, em Glasgow, na Escócia.
“Mato Grosso trabalha para que o desenvolvimento sustentável seja a política que coordena todas as outras ações. O Estado investe em tecnologia, na integração das Forças de Segurança e na cooperação entre órgãos para o enfrentamento das ilicitudes. E o resultado já se verifica em números. Reduzimos em 20,5% o desmatamento no Estado e contribuímos significativamente para a redução dos índices de desmatamento da Amazônia”, afirmou Lazzaretti.
Na avaliação da gestora, a redução do desmatamento mostra que a estratégia funciona. O monitoramento por satélite de todo o território estadual aumentou a capacidade de autuação de crimes ambientais. O Sistema de satélites Planet foi adquirido com apoio do Programa REM Mato Grosso (do inglês, REDD para Pioneiros). A secretária apresentou o Estado como um gigante em extensão territorial, com cerca de 903 mil km², e três biomas: Amazônia, Pantanal e Cerrado. Mais da metade do território estadual está preservado.
“Dos 62% do território de Mato Grosso que estão preservados, 28% estão em áreas privadas, ou seja, o produtor de Mato Grosso também conserva, assim como as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas”, conta. Os 562 mil km² preservados correspondem à soma da área de três países: Nova Zelândia, Dinamarca e Reino Unido.
A prevenção e combate aos incêndios florestais também apresentaram resultados positivos. “Fomos notícia ano passado em virtude dos incêndios, principalmente no Pantanal. Mas neste ano reduzimos os focos de calor em 83% no Pantanal, 52% em todo o estado, em comparação com o ano passado. Houve redução de 14% em comparação com a média dos últimos 10 anos”, explica.
Mato Grosso também mostrou a estratégia para alcançar a neutralidade dos gases do efeito estufa até 2035, por meio do Programa Carbono Neutro MT, lançado no último dia 25 de outubro. Por meio do programa, 12 ações para o desenvolvimento sustentável serão fortalecidas, entre elas, o combate ao desmatamento ilegal, o manejo sustentável, preservação da floresta em pé, e restauração de florestas.
A secretária também foi mediadora de dois painéis Amazônia Real, que ouviram representantes dos Estados sobre o combate aos crimes ambientais, os desafios e as oportunidades.
O secretário de Meio Ambiente do Amazonas e presidente do Fórum dos Secretários da Amazônia, Eduardo Taveira, foi um dos quatro painelistas deste encontro, e aponta o avanço na política ambiental de Mato Grosso. “Acho importante destacar que Mato Grosso tem sido o ‘estado da arte’ para outros estados do ponto de vista de incremento tecnológico para o monitoramento, e também nas alternativas para integrar esse aumento bem vindo da capacidade de produção, e usar esse instrumento efetivo de segurança contra as atividades ilegais”.
Ele destaca a importância da união dos Estados da Amazônia, e observa que quando um estado aumenta a sua capacidade de coibir os crimes ambientais, os outros que estão nas margens sofrem uma maior pressão por desmatamento. “É importante pensar em estratégias de combate ao desmatamento de forma integrada, e Mato Grosso tem sido uma grande referência para nós”.
Também participaram do Painel o gerente de recursos energéticos e mudanças climáticas de Tocantins, Francis Frigeri, e o secretário Adjunto de Meio Ambiente do Pará, Rodolfo Bastos.