O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Fausto José Freitas da Silva, determinou a abertura de um novo procedimento administrativo contra quatro agentes penitenciários. Os servidores são suspeitos de cometerem diversas irregularidades no Centro de Ressocialização de Sorriso (CRS), onde são lotados.
A primeira comissão para apurar as denúncias foi instaurada em dezembro do ano passado. No entanto, conforme o secretário, houve erro na publicação, uma vez que um dos quatro agentes acusados não teria sido incluído nas investigações. Fausto, agora, determinou a anulação de todos os atos daquela comissão.
Dois agentes são acusados de medicar, por contra própria, um dos reeducandos. Um deles também é investigado por supostamente deixar o detento no hospital regional sem escolta policial e não entregar um medicamento, seguindo ordem superior. Este servidor ainda teria usado o carro da unidade para fins particulares, além de coagir psicologicamente os presos do CRS.
Outro agente teria, em 2013, agredido fisicamente um reeducando, ameaçado o diretor da unidade e facilitado a fuga de um preso. No mesmo ano, o quarto investigado teria, supostamente, comercializado produtos dentro da unidade prisional, e autorizado outro agente a tirar fotografias do centro, além de “faltar com urbanidade para com colegas de trabalho”, e também ameaçar de morte o diretor do CRS e facilitar uma fuga.
O grupo investigativo será formado por três servidores. Eles iniciarão as atividades em dez dias, a partir da citação dos acusados. A partir de então, terão 60 dias para conclusão dos trabalhos (prazo que pode ser prorrogado).
Conforme Só Notícias já informou, em abril, o Ministério Público Estadual pediu o afastamento de 11 agentes penitenciários do CRS, após receber denúncia de maus-tratos. A unidade possui atualmente 28 agentes para cuidar de 283 detentos.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen), João Batista Pereira de Souza, esteve no CRS para verificar a situação. Segundo ele, não estão ocorrendo agressões. Na época, ele afirmou que acionaria o departamento jurídico para cuidar do caso e evitar os afastamentos.
“Isso não é surpresa para nós, já que este tipo de denúncia é comum, porque os presos tentam desestabilizar o trabalho dos agentes penitenciários para eles usarem celulares e cometerem crimes de dentro da cadeia. Há elementos que comprovam que isso é uma armação. O objetivo dos presos é burlar o sistema e continuar cometendo crime e aterrorizando a sociedade. O caso deve ser apurado e será comprovado que é armação dos presos", declarou o presidente, em abril.