Os salários no Brasil deverão ter um aumento nominal médio de 6,4% em 2009, maior do que o do ano passado e superior ao da média global, de 4,7%. Os índices não levam em conta a desvalorização da moeda provocada pela inflação.
Os dados são da consultoria ECA International, empresa com sedes em Londres, Nova York, Sydney e Hong Kong.
A pesquisa Tendências Salariais, realizada em 53 países, estima que a média de reajuste no Brasil – sem descontar o valor da inflação – terá um leve aumento de 6,2% em 2008 para 6,4% em 2009.
No ranking geral, liderado pela Venezuela pelo segundo ano consecutivo, o Brasil ficou em 14º lugar, quatro posições acima em relação à listagem anterior. Na segunda colocação está a Argentina, seguida pela Índia.
Na avaliação da consultoria, tanto na Venezuela como na Argentina e no Brasil, os resultados são motivados, entre outros fatores, pela pressão inflacionária.
“O Brasil parece estar lidando bem com os efeitos da crise financeira internacional. Como resultado, as empresas se mantiveram otimistas ao mesmo tempo em que as projeções de inflação continuaram robustas”, diz um comunicado da ECA, que não descarta, no entanto, que as previsões para o Brasil poderão ser revistas até o fim do ano.
Já na Índia, os ganhos de 10,8% nos rendimentos de 2009 deverão ser motivados por uma “escassez de talentos”, afirma a consultoria.
Em último lugar no ranking está o Japão, que vem sendo fortemente abalado pela crise financeira global. Na avaliação da consultoria, cerca de metade das companhias japonesas pretendem congelar os salários neste ano.
Segundo a ECA International, nos Estados Unidos, que ficaram em 36º lugar na lista, mantendo a colocação do ano passado, cerca de 40% das empresas não farão reajustes salariais até o fim do ano.
Na média, os trabalhadores americanos terão reajustes de 2,8%, uma queda em relação aos 4% previstos pela consultoria em uma sondagem similar realizada em setembro do ano passado, pouco antes de a crise financeira se agravar.
A nível global, os aumentos salariais devem sofrer uma redução de 6,2% em 2008 para 4,7% este ano, como resultado de cortes de gastos das empresas para enfrentar os efeitos da crise global.
“A recessão levou muitas firmas a revisarem os reajustes salariais. Nossos dados mostram que, globalmente, as companhias diminuíram em mais de um terço os reajustes que previam oferecer em 2009”, afirmou Lee Quane, um dos diretores da consultoria.
Ainda de acordo com a ECA International, mais de um quarto da empresas em todo o mundo pretendem congelar os salários neste ano.