Atualmente cerca de 240 homens estão presos no Centro de Ressocialização de Sorriso. Desse total cerca de 80 reeducandos aderiram o protesto dos detentos do Estado. Eles não estão aceitando a comida oferecida pelo governo, não saem para audiências e não recebem visitas de advogados. O restante dos detentos não aderiu a greve de fome, mas estão seguindo as outras restrições.
Em Sorriso, assim como em outras unidades prisionais do Estado a situação é pacífica. Não houve ameaças aos agentes penitenciários. Eles reclamam da superlotação nas celas e reivindicam melhorias no atendimento de saúde, no fornecimento de medicamentos, entre outras.
Conforme Só Notícias já informou, detentos de 15 das 55 unidades prisionais de Mato Grosso iniciaram ontem a paralisação. Eles pedem ainda alas específicas para tratamento médico de doenças contagiosas, como a tuberculose. Também faz parte da exigência dos presos mais oportunidades de trabalho e estudo dentro das unidades.
Os presos criticam ainda as “transferências irregulares” de reeducandos realizadas de forma “clandestina” para unidades distantes, bem como o isolamento praticado sem “qualquer justificativa plausível”.
A previsão é que o protesto dure até a assinatura de documentos, entre a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Tribunal de Justiça e Ordem dos Advogados do Brasil, que garantam o atendimento das reivindicações apontadas.
Outro lado
Por meio de nota, enviada ontem, a Secretaria de Justiça e Direitos informou que serão contratados médicos para repor e ampliar o quadro de médicos nas maiores unidades do Sistema Penitenciário. Ressaltou que as unidades possuem equipes formadas por médico (clínico geral, ginecologista) enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social, odontólogo, auxiliar de saúde bucal, farmacêutico e nutricionista.
Nas demais unidades o atendimento é realizado na rede municipal. Quanto aos medicamentos, a secretaria informou que os detentos recebem os mesmos medicamentos disponibilizados à sociedade.
Já sobre o tratamento de tuberculose, a secretaria afirmou que todos os diagnosticados com a doença recebem diariamente a medicação e são tratados. Esclareceu ainda que nos primeiros quinze dias de tratamento é recomendado o isolamento para não haver proliferação da doença para os demais detentos e visitantes. Após esse período, os detentos podem ter o contato normal com qualquer pessoa.
Por fim, destacou que o protesto tem sido pacífico e que revistas e demais procedimentos de segurança estão sendo realizados normalmente nas unidades.