Durante o 7º Seminário Estadual de Recursos Hídricos – promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Assembléia Legislativa – o representante do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), Márcio Santilli, falou sobre a recuperação e a proteção das matas ciliares da bacia do rio Xingu. O tema abordado foi baseado em um vídeo formatado em 2004 na região em Canarana. Segundo o palestrante, a proposta em como objetivo central é proteção e recuperação das nascentes em mata ciliar da região que corresponde a 20% do território mato-grossense.
Segundo Santilli, para garantir à preservação desse meio ambiente é preciso realizar uma mudança de cultura e de conscientizar os proprietários de terras e a população em geral à abertura de áreas para a exploração agrícola e pecuária. “Para a proteção não se pode afetar as terras mais úmidas e mais próximas dos cursos d’água, como se fazia no passado. No ponto de vista da recuperação, é preciso desenvolver técnicas apropriadas a cada situação. A área de pecuária é uma, a de soja é outra, não se pode tratá-las de formas iguais. Isso tem que ser feito com baixo custo”, destacou.
Em relação à redução de custo, de acordo com Márcio Santilli, é preciso utilizar o plantio direto de sementes em vez de utilizar a produção de plantas cultivadas em viveiros. “Há utilização de espécies produzidas em viveiros, mas se tem limitado esse tipo de plantio. Hoje, a grande maioria da espécie é feita de plantio direto, ou seja, de sementes”, disse.
O evento faz parte das comemorações aos dez anos da Lei estadual 6925/1997, que criou a Lei de Política Estadual de Recursos Hídricos, instituindo o Sistema Estadual de Recursos Hídricos em Mato Grosso.
O seminário acontece até a próxima sexta-feira, na Assembléia Legislativa. Outra palestrante, a diretora técnica do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis – SANEAR –, Neyde Ferreira Leão, falou sobre a falta de investimentos nos setores de abastecimento de água e esgoto nacionalmente é em função de as obras estarem em baixo da terra, por não são visíveis a população.
”Em Mato Grosso, 38% dos distritos não tratam com cloro a água consumida pela população. Já em Rondonópolis, ainda não há distribuição de flúor na água. Hoje trabalhamos no município com a capacidade de tratamento de 430 l/s, mas com os investimentos do PAC, o objetivo é chegar a 1 mil l/s nos próximos anos”, destacou.
Segundo Neyde Leão, em Rondonópolis – a partir de 2005 – começou uma revolução no saneamento básico do município. “Nesse país não é hábito fazer investimentos nesse setor. Para se ter idéia disso, no governo de Fernando Henrique Cardoso houve investimentos de apenas 200 milhões de reais. O que é pouco. A intenção do ex-presidente era preparar o setor para a privatização. Mas isso teve um preço alto, a volta de várias doenças que já estavam erradicadas”, destacou.