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Raio X do crack deve ajudar Estados no combate; MT tem poucos programas

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Um verdadeiro raio x sobre o consumo do crack no Brasil e a realidade da droga começa a ser preparado pelo Governo Federal. O intuito é construir uma rede de informações pela qual seja possível saber, por exemplo, o número de consumidores (tanto na área rural quanto urbana, municípios de fronteira), quantidade consumida, situação de saúde dos usuários, violência. A expectativa é que 25 mil usuários participem da pesquisa e que 100 mil profissionais da área de saúde e segurança sejam capacitados para atuarem no trabalho.

Até o momento, o governo não dispõe de dados conclusivos sobre o consumo do crack. No entanto, espera ter no “mapa” condições reais de traçar um diagnóstico do país no tocante à droga além de utilizar os dados como forma de implementar medidas que visem tanto o combate como também a parte preventiva.

No ano passado, o governo instituiu o “Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack”, com vistas à prevenção do uso, ao tratamento e à reinserção social de usuários e ao enfrentamento do tráfico de crack e outras drogas ilícitas. Ele prevê que as ações deverão ser executadas de forma descentralizada e integrada, por meio da conjugação de esforços entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios. Entre os objetivos está estruturar, integrar, articular e ampliar as ações voltadas à prevenção do uso, tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas, contemplando a participação dos familiares e a atenção aos públicos vulneráveis, entre outros, crianças, adolescentes e população em situação de rua.

Segundo a União, R$ 410 milhões devem ser investidos neste ano para ações imediatas previstas no plano nacional de enfrentamento ao crack. Apesar disso, mesmo com o lançamento do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, muitas cidades ainda ficaram desassistidas porque houve limite ao acesso dos municípios já que estabeleceu como requisito população acima de 20 mil habitantes, o que restringe as ações para 1.643 cidades ou a 29,5% dos municípios.

No país, a presença do crack e de outras drogas deixou de ser um problema relacionado aos grandes centros urbanos e se alastrou para quase a totalidade dos municípios do país. Segundo estudo da Confederação Nacional dos Municípios, 98% das cidades do país enfrentam problemas relacionados ao uso do crack. A pesquisa, realizada no mês de novembro, mapeou 71% das cidades do Brasil, isto é, 3.950.

Em Mato Grosso, dos 141 municípios, 103 responderam à pesquisa, o que representa 73% de participação. Destes, 13 (12,2%) possuem o CAPS, com um total de 116 profissionais de saúde atuando. A realidade do Estado preocupa. Em apenas três municípios, isto é, menos de 3% (2,91%) há programas específicos de combate ao crack. 97% das cidades dessa unidade federada não dispõem de programas voltados ao enfrentamento da droga. Nos municípios onde há programa, em somente um foi aprovado pela Câmara de Vereadores.

No Estado, conforme apontou a CNM, as principais ações desenvolvidas contra o crack são a prevenção ao uso e consumo de drogas, a mobilização e orientação a população e o atendimento a familiares e amigos de dependentes. Apenas um município declarou que recebe apoio financeiro do Governo Federal e um do governo estadual. Outros quatro declararam que não recebem apoio nenhum.

Mesmo não tendo programas, 46 municípios declaram que realizam ações de combate ao crack. As principais são a mobilização e orientação a população executadas por 42 municípios; e 35 fazem a prevenção ao uso de crack; e em 13 deles há o atendimento a familiares e amigos de usuários e dependentes. Destes municípios, 43 declaram que não recebem apoio financeiro de nenhuma outra esfera de governo.

Somente quatro já fizeram convênios com o governo federal no âmbito do programa de combate ao crack e 22 ajudam financeiramente outras instituições ou entidades que realizam ações em prol de dependentes ou usuários de drogas e crack.

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