A 26 dias do segundo turno das eleições, o comando nacional do PSDB intensifica as articulações e redefine as estratégias. A ideia é ampliar a base de apoio do candidato da coligação O Brasil Pode Mais, José Serra, a partir do fortalecimento das lideranças regionais e da descentralização da campanha do eixo Sul-Sudeste para o restante do país. Para definir esses pontos, amanhã (6) os aliados de Serra fazem uma convenção informal em Brasília.
A busca do apoio da candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, será tema de uma reunião reservada dos líderes dos partidos que apoiam Serra: PSDB, DEM, PPS, PTB e PTdoB. Discretamente, assessores do candidato já iniciaram a aproximação com Marina e com o grupo que a cerca.
Paralelamente, a cúpula da campanha pretende rever o esquema de comunicação via propagandas eleitorais e horário gratuito. O objetivo é competir em condições semelhantes às da candidata do PT, Dilma Rousseff. Para os aliados de Serra, é fundamental mudar agora o modelo adotado no primeiro turno.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que as características da campanha no primeiro e no segundo turnos são diferentes. Segundo ele, o segundo turno envolve um "número qualificado" de atores e a "máquina da comunicação" de forma mais intensa. "É a campanha da mobilização, da motivação, da unidade e de atores com os mesmos propósitos", disse o parlamentar.
Para a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), o entusiasmo causado pelo resultado das urnas no primeiro turno deve dominar os aliados e atrair os indecisos. "Vamos reunir todos os governadores eleitos, os que vão para o segundo turno e aqueles que concluem os mandatos, senadores e deputados. A ideia é definir estratégias e trabalhar muito com confiança", disse ela.
O líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), é favorável à ampliação dos palanques de Serra para áreas que fujam do eixo Sudeste e Sul, mas sem abandonar essas regiões. O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (SC), acrescentou Serra deve "ouvir todos" os que têm experiência na base que o apoia.
Representantes de todos os partidos da coligação foram convocados para a reunião de amanhã em Brasília. O evento deve contar com a presença de tucanos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os governadores eleitos pelo PSDB Geraldo Alckmin (São Paulo), Antonio Anastasia (Minas Gerais), Beto Richa (Paraná) e Siqueira Campos (Tocantins) e pelo DEM Rosalba Ciarlini (Rio Grande do Norte) e Raimundo Colombo (Santa Catarina).
Também são aguardados para a reunião o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG), que obteve mais 7,5 milhões de votos, e os candidatos a governador que vão disputar o segundo turno Teotonio Vilela Filho (Alagoas), Marconi Perillo (Goiás), Simão Jatene (Pará), Sílvio Mendes (Piauí) e José de Anchieta (Roraima), além de aliados como Lucas Barreto, do PTB, que tenta vencer as eleições no Amapá.