Dezenas de pessoas se aglomeram na área central de Cuiabá em mais um manifesto contra a falência no campo, principalmente em Mato Grosso. Os manifestantes atearam fogo no meio das Avenidas Tenente-coronel Duarte (Prainha) com a Avenida Generoso Ponce. O local está totalmente interditado.
Gritando palavras as de ordem como “Fora Lula”, os manifestantes já conhecidos como “Caras Pintadas” estão fazendo muito barulho alertando para os problemas da política agrícola do Governo Federal.
ENTENDA O CASO
A decisão de produtores de soja de vários Estados de protestar contra a política agrícola atual e de reter a soja no mercado interno ainda não produziu efeitos significativos sobre os preços do grão no mercado interno. De acordo com matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, que escutou analistas do setor, há sinais altistas no mercado, mas dependendo de sua envergadura o movimento poderá trazer reflexos negativos sobre as cotações no decorrer do ano, que se somariam aos reclamados prejuízos cambiais já contabilizados.
Segundo a Agência Rural, o preço médio da saca subiu R$ 1 no porto de Paranaguá (PR) na semana passada, para R$ 28, em média. Em Rondonópolis, o preço de referência subiu R$ 0,60, para R$ 20,10. “É muito arriscado segurar o grão agora à espera de melhora no câmbio ou mudança de preço na bolsa de Chicago, porque no segundo semestre os EUA desovam uma nova safra recorde”, diz Seneri Paludo, analista da Agência Rural.
Antonio Sartori, da Brasoja, observa que há excesso de oferta no mercado externo e os importadores estão trocando soja brasileira por grão argentino e americano. “Não adianta impedir a saída do grão do país. O produtor precisa pressionar o governo para haver mudanças, e não apenas fazer barulho”, afirma.
Colaborou: Carlos Eduardo (Carlinho)